Uma jovem de 19 anos, estudante e residente de Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, tornou-se um símbolo de generosidade e esperança após sua família autorizar a doação de seus órgãos. O ato, realizado no último sábado (6), não só proporcionou um novo recomeço para pacientes à espera de transplantes, como também marcou a primeira captação de coração realizada na unidade de saúde do município.
Um legado de vida e amor
Durante uma emocionante cerimônia de despedida, familiares e amigos descreveram a jovem como uma pessoa silenciosa, radiante e eterna. Seu primo, em discurso, ressaltou que, mesmo partindo, ela continuaria a alegrar a todos. "Assim, ela nos alegra, imensa, e continuará entre nós, silenciosa, radiante e eterna", afirmou.
A doação incluiu múltiplos órgãos, que foram destinados a pacientes em diferentes regiões do país, em uma operação logística complexa. A família, que optou por não divulgar os detalhes das circunstâncias da morte, focou na mensagem de vida e renovação trazida pela decisão.
Uma jornada interestadual para salvar vidas
A operação de captação e distribuição dos órgãos mobilizou uma grande estrutura. Equipes das Redes Interestaduais de Saúde (RIS) se deslocaram até Várzea Grande para o procedimento. O transporte e a segurança contaram com um apoio integrado de várias forças:
- Guarda Municipal
- Polícia Militar
- CIOPAER
- Força Aérea Brasileira (FAB)
- Secretaria Estadual de Saúde
Os órgãos seguiram para destinatários em três estados diferentes. O coração e o fígado foram enviados para Brasília. Os rins viajaram até Recife, e as córneas permaneceram em Cuiabá para beneficiar pacientes locais. A família vê nessa distribuição uma forma metafórica de a jovem continuar sua jornada, espalhando vida.
Impacto na saúde pública e um marco local
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande, este foi o terceiro procedimento de captação de órgãos realizado pelo hospital apenas em 2024. No entanto, a doação do coração da jovem de 19 anos estabeleceu um marco, sendo a primeira do tipo concretizada naquela unidade.
O ato reforça a importância da doação de órgãos como um gesto supremo de solidariedade. A família enxerga a perda como uma transformação. "Hoje, não é apenas um adeus, mas um ato de amor supremo, que transforma sua partida em recomeço para outros", disseram durante a homenagem. Eles acreditam que a jovem agora vive em cada batimento, cada respiração e em cada novo olhar que voltará a enxergar a luz, levando esperança para outras famílias.