Alerta nos consultórios: o que explica a explosão de transtornos de ansiedade entre as crianças brasileiras?
Ansiedade infantil: especialistas explicam alta nos casos

Um silencioso tsunami de ansiedade está varrendo os consultórios pediátricos e psicológicos do Brasil. Cada vez mais crianças chegam aos consultórios com sintomas que vão desde uma "vontade constante de chorar" até verdadeiras crises de pânico que paralisam suas vidas.

Os números que preocupam

Dados do Conselho Federal de Psicologia revelam um aumento de 40% nos atendimentos relacionados a transtornos de ansiedade em crianças nos últimos dois anos. O que antes era considerado um problema predominantemente adulto, hoje afeta pacientes cada vez mais jovens.

As causas por trás da crise

Especialistas apontam um coquetel explosivo de fatores que está alimentando essa epidemia silenciosa:

  • Excesso de tempo em telas: Crianças passam horas conectadas, muitas vezes consumindo conteúdos inadequados para sua idade
  • Pressão escolar precoce: A cobrança por desempenho começa cada vez mais cedo
  • Herança pandêmica: O isolamento social deixou marcas profundas no desenvolvimento emocional
  • Rotina sobrecarregada: Muitas crianças têm agendas tão cheias quanto as de executivos
  • Famílias estressadas: O ambiente familiar tenso contamina o bem-estar infantil

Sinais de alerta que os pais não podem ignorar

Segundo a psicóloga infantil Dra. Marina Silva, alguns comportamentos indicam que a criança pode estar desenvolvendo transtorno de ansiedade:

  1. Medos excessivos e irracionais de situações cotidianas
  2. Dificuldade para dormir ou pesadelos frequentes
  3. Queixas físicas constantes como dor de barriga e cabeça
  4. Evasão escolar e atividades sociais
  5. Irritabilidade e mudanças bruscas de humor

O caminho para a prevenção e tratamento

Especialistas são unânimes em apontar que a prevenção começa em casa. Estabelecer limites no uso de tecnologia, garantir tempo para brincadeiras livres e manter um diálogo aberto com as crianças são medidas essenciais.

O tratamento precoce é fundamental para evitar que o transtorno se torne crônico. A abordagem multidisciplinar, envolvendo psicólogos, pediatras e a escola, tem se mostrado a mais eficaz.

Um alerta para a sociedade

Esta não é apenas uma questão individual ou familiar, mas um problema de saúde pública que exige atenção de educadores, gestores públicos e toda a sociedade. Investir na saúde mental infantil hoje significa construir adultos mais saudáveis e uma sociedade mais equilibrada amanhã.