
Se você é pai, mãe ou cuidador, certamente já passou pela angústia de ver uma criança com febre. Aquele termômetro marcando temperatura elevada é capaz de tirar o sono de qualquer um. Mas e se te dissermos que muito do que você sabe sobre febre pode estar desatualizado?
O Que Mudou no Tratamento da Febre Infantil
As sociedades médicas brasileiras revisaram recentemente suas recomendações sobre o manejo da febre em crianças, e as mudanças são significativas. A principal delas: a febre nem sempre é uma vilã.
"A febre é uma resposta natural do organismo contra infecções. Ela ajuda o sistema imunológico a combater vírus e bactérias", explica um especialista em pediatria. Portanto, o objetivo não deve ser simplesmente baixar a temperatura a qualquer custo.
Quando Realmente Medicar?
Antes de correr para o antitérmico, observe estes critérios:
- Estado geral da criança: Se ela está brincando, interagindo e se alimentando normalmente, pode não ser necessário medicar imediatamente
- Conforto: A medicação deve ser usada principalmente para aliviar o desconforto, não apenas para normalizar a temperatura
- Idade: Bebês menores de 3 meses com qualquer febre devem ser avaliados por um médico
Sinais de Alerta: Quando Correr para o Pronto-Socorro
Alguns sintomas indicam que é hora de buscar ajuda médica imediata:
- Prostração excessiva: Criança muito mole, sem energia mesmo após a febre baixar
- Dificuldade respiratória: Respiração rápida ou com esforço
- Manchas na pele: Pontos vermelhos que não desaparecem quando pressionados
- Rigidez de nuca: Dificuldade em encostar o queixo no peito
- Convulsões: Qualquer episódio convulsivo
O Erro Mais Comum Que os Pais Cometem
Um dos maiores equívocos, segundo os pediatras, é alternar medicamentos sem orientação médica. "Muitos pais dão dipirona e paracetamol em intervalos curtos, o que pode ser perigoso", alerta um especialista.
Medidas Caseiras Que Ajudam (e as Que Não Ajudam)
Enquanto espera a medicação fazer efeito ou decide se vai ao médico, algumas medidas podem ajudar:
- Hidratação: Ofereça líquidos frequentemente
- Roupas leves: Evite agasalhar excessivamente
- Ambiente arejado: Mantenha o quarto com temperatura agradável
Evite: Banhos gelados ou com álcool, que podem causar desconforto e até piorar a situação.
A Importância de Observar Além do Termômetro
Os médicos são unânimes: o comportamento da criança é mais importante que o número no termômetro. Uma criança com 38°C que está prostrada preocupa mais que uma com 39°C que está brincando.
As novas orientações representam uma mudança de paradigma no cuidado com as crianças. Em vez de focar apenas na temperatura, o importante é observar o estado geral e saber identificar os sinais de alerta que realmente exigem intervenção médica.
Lembre-se: quando em dúvida, sempre consulte um pediatra. Cada criança é única e pode reagir de forma diferente às doenças.