Não é segredo que viver com deficiência no Brasil é um desafio diário — mas em São Pedro da Aldeia, a situação parece ter atingido um nível crítico. Famílias estão literalmente na corda bamba, tentando garantir direitos básicos que, teoricamente, já deveriam estar garantidos por lei.
"A gente cansa de bater na mesma tecla", desabafa Maria (nome fictício), mãe de um menino autista de 8 anos. Ela conta que, só este ano, já perdeu as contas de quantas vezes precisou improvisar soluções para coisas que deveriam ser óbvias: rampas quebradas, banheiros adaptados que não funcionam, transporte escolar que nunca chega.
O retrato da exclusão
Na pracinha do bairro, o balanço adaptado está lá — mas enferrujado e sem manutenção há meses. Na escola municipal, a professora de apoio aparece quando pode. E o tal "atendimento prioritário" nos postos de saúde? Só no papel, pelo visto.
Alguns dados que dão frio na espinha:
- 72% das famílias entrevistadas relatam dificuldades no acesso à educação
- 85% dizem que a infraestrutura urbana é "péssima" ou "ruim"
- Apenas 3 em cada 10 crianças recebem terapias com regularidade
E olha que estamos falando de um município que não é exatamente pequeno — tem mais de 100 mil habitantes, pra variar.
Do discurso à prática: o que falta?
O prefeito (que pediu pra não ser identificado) garante que "está trabalhando nisso". Mas as famílias? Cansaram de promessas vazias. "Ano passado foi a mesma conversa, e olha aí...", comenta João, pai de uma adolescente com paralisia cerebral, enquanto aponta para a calçada esburacada em frente à escola.
Especialistas ouvidos pelo nosso time foram categóricos: sem investimento sério em:
- Formação continuada de professores
- Infraestrutura urbana acessível
- Serviços de saúde especializados
...a situação vai continuar nesse deus nos acuda. E as crianças? Pagam o pato, como sempre.
Enquanto isso, as famílias seguem na batalha — uma reunião aqui, um abaixo-assinado ali. "A gente não vai desistir", promete Carla, mãe de gêmeos com síndrome de Down. Resta saber se o poder público vai finalmente ouvir esse grito por ajuda.
