Eis uma daquelas notícias que fazem a gente pensar: "Por que não fizeram isso antes?". Presidente Prudente, aquela cidade paulista que muita gente nem no mapa encontra, acaba de dar um verdadeiro baile em políticas públicas femininas.
A prefeitura local – sabe como é, aquela administração que normalmente só aparece para cobrar IPTU – está lançando um programa que pode mudar completamente a vida de milhares de mulheres. Não é exagero não. A iniciativa oferece acesso gratuito a métodos contraceptivos de longa duração, como o DIU e aquelas famosas injeções que duram meses.
Foco na Prevenção, Não na Remediação
O que me chama atenção aqui é a abordagem inteligente. Em vez de ficar apenas remediando consequências, tão comum na saúde pública brasileira, eles estão atacando a causa raiz do problema. Mulheres em situação de vulnerabilidade social – seja por questões econômicas, violência doméstica ou falta de acesso à informação – terão prioridade absoluta.
E olha, os números assustam: dados do próprio município mostram que quase 40% das gestações na cidade são consideradas não planejadas. Quatro em cada dez! É gente que, muitas vezes, nem tem condições emocionais ou financeiras de arcar com uma maternidade.
Como Funciona na Prática?
O programa não é só chegar e pedir. Existe todo um processo de acolhimento – e isso é fundamental. Primeiro, as mulheres passam por uma consulta com assistentes sociais que avaliam a situação de vulnerabilidade. Depois, conversam com profissionais de saúde que explicam todas as opções disponíveis.
- DIU hormonal e não hormonal
- Implantes subcutâneos
- Injetáveis mensais e trimestrais
- Acompanhamento psicológico contínuo
Nada daquela pressão para escolher rápido. Cada mulher decide seu método com calma, após entender direitinho prós e contras. Uma autonomia que, convenhamos, ainda é rara nos serviços públicos de saúde.
E tem mais: o programa inclui acompanhamento por até um ano. Não é daqueles projetos que abandonam a pessoa depois do procedimento. A ideia é garantir que tudo corra bem e que a usuária se sinta amparada.
Um Alívio para o Sistema de Saúde
Aqui vai um detalhe que os economistas adoram: investir em prevenção sai mais barato que remediar. Cada real gasto nesse programa pode economizar dez em atendimentos de pré-natal, partos e possíveis complicações. Sem contar os benefícios sociais – mulheres que podem planejar melhor sua vida tendem a estudar mais, conseguir melhores empregos e romper ciclos de pobreza.
Não é maravilhoso? Uma política pública que faz bem para a saúde individual, para as finanças municipais e para a sociedade como um todo. Algo raro nos tempos atuais, onde muitas administrações parecem preferir medidas paliativas a soluções estruturais.
Presidente Prudente pode ter acabado de criar um modelo para o país inteiro. Resta torcer para que outras cidades tenham a sabedoria de copiar a iniciativa. Afinal, garantir que cada criança seja desejada e planejada não é benefício – é obrigação do poder público.
