Dieta do tipo sanguíneo: ciência ou moda dos anos 90?
Dieta do tipo sanguíneo funciona? Análise da proposta

A busca por uma alimentação ideal que promova saúde e perda de peso é constante. Entre as diversas propostas que surgiram ao longo dos anos, uma ganhou notoriedade na década de 1990 e permanece como tema de discussão: a dieta do tipo sanguíneo.

O que é a dieta do tipo sanguíneo?

A proposta central dessa dieta foi apresentada no livro 'A Dieta do Tipo Sanguíneo'. A teoria defende que o tipo sanguíneo de uma pessoa – O, A, B ou AB – é a chave para desbloquear o plano alimentar e de exercícios perfeito para o seu corpo.

Segundo seus proponentes, nossos ancestrais evoluíram com dietas específicas, e cada tipo sanguíneo carregaria as características genéticas desses grupos. Portanto, ao comer de acordo com o nosso tipo de sangue, estaríamos nos alinhando com uma herança evolutiva, o que traria benefícios como melhora na saúde e, claro, a desejada perda de peso.

Como funciona na prática?

A dieta estabelece diretrizes distintas para cada grupo sanguíneo. Por exemplo, indivíduos do tipo O seriam caçadores ancestrais, devendo priorizar uma dieta rica em proteínas animais. Já os do tipo A, ligados a ancestrais agricultores, teriam melhor desempenho com uma alimentação majoritariamente vegetariana.

A proposta vai além da comida, sugerindo também regimes de condicionamento físico ideais que variam conforme o tipo sanguíneo. A promessa é de um caminho personalizado para o bem-estar, baseado em uma suposta lógica histórica e genética.

Ciência ou pseudociência?

Apesar de sua popularidade duradoura, a grande questão que ronda a dieta do tipo sanguíneo é sua validade científica. A comunidade médica e de nutrição frequentemente a classifica como pseudociência.

Isso porque não existem evidências científicas robustas que comprovem a relação direta entre o tipo sanguíneo e a necessidade de dietas específicas para perda de peso ou otimização da saúde. Estudos controlados não conseguiram demonstrar que os benefícios alegados sejam consequência do alinhamento entre alimentação e tipo sanguíneo, e não de outros fatores, como a simples redução calórica ou a ingestão de alimentos mais naturais.

Em resumo, enquanto a ideia é intrigante e cativou o público nos anos 90, ela carece de fundamentação científica sólida. As recomendações para uma vida saudável continuam passando por conceitos amplamente validados: alimentação balanceada, rica em alimentos in natura, prática regular de atividade física e acompanhamento profissional individualizado.