
O sol ainda nem havia nascido direito quando o primeiro sorriso iluminou o Forte do Presépio. Ali, entre as antigas muralhas que já viram tantas histórias, um novo capítulo de resistência e alegria estava sendo escrito — desta vez, por guerreiros de um tipo especial.
Pacientes em tratamento contra o câncer transformaram o espaço histórico de Belém num palco de celebração da vida. E que festa! Nada daquelas cerimônias engessadas que a gente vê por aí. Era pura emoção no ar, daquelas que arrepiam até quem só está olhando de longe.
Mais que um evento, uma rede de apoio
Você já parou pra pensar como um simples abraço pode valer mais que mil palavras? Pois era exatamente isso que rolava no local. Pessoas que nunca se viram antes se reconheciam nos olhos umas das outras — aquela cumplicidade silenciosa de quem sabe o peso que cada um carrega.
"A gente vem pra cá e esquece que é paciente", confessou Maria, 58 anos, enquanto ajustava o lenço colorido na cabeça. "Aqui eu sou só eu mesma."
Atividades que alimentam a alma
- Oficinas de arte que fizeram até quem "nunca desenhou nada" criar pequenas obras-primas
- Rodas de conversa onde as histórias fluíam mais fácil que lágrimas em dia de quimioterapia
- Danças circulares que viraram metáfora perfeita da jornada de cada um — às vezes devagar, às vezes rápido, mas sempre em movimento
E não era só sobre esquecer a doença, viu? Tinha muito de se reconectar com a vida também. Um senhor que não sorria há meses foi visto gargalhando durante uma dinâmica boba com balões. Coisa simples, mas que valia ouro.
O peso (e a leveza) dos detalhes
Os organizadores — uns verdadeiros anjos disfarçados de gente comum — pensaram em cada mínimo detalhe. Desde cadeiras confortáveis pra quem ainda sente os efeitos do tratamento até lanches leves que não agrediam estômagos sensíveis.
"A gente queria que eles se sentissem em casa", explicou uma das voluntárias, os olhos brilhando de tanto orgulho. E pelo jeito, conseguiram. O clima era tão acolhedor que até os turistas que passavam pelo forte paravam pra perguntar o que estava acontecendo.
No final, quando o sol começou a se despedir, deixando o céu cor de rosa, ninguém queria ir embora. Os abraços duraram mais, as promessas de manter contato foram muitas. E a certeza de que dias melhores viram? Essa ficou gravada no coração de cada um.