
Imagine acordar um dia e descobrir que seu corpo está literalmente se despedaçando. Foi esse o pesadelo que começou para um jovem do Distrito Federal, diagnosticado com uma síndrome tão incomum que até os médicos ficaram de queixo caído.
Aos 22 anos, ele enfrenta uma condição que provoca necrose na região genital — sim, você leu certo. E não, isso não é roteiro de filme de terror, mas a realidade dura de quem convive com a síndrome de Fournier.
O caminho até o diagnóstico
Tudo começou com uns incômodos que pareciam bobagem. "Achei que era alergia", conta o paciente, que preferiu não se identificar. Mas quando as manchas viraram feridas abertas, o desespero bateu à porta. "Parecia que minha pele estava sendo consumida viva", desabafa.
Foram semanas de exames, idas e vindas no SUS, até que um especialista reconheceu os sintomas. "É raro, mas já vi casos assim", disse o médico, segundo relatos. A síndrome, normalmente associada a diabéticos ou imunossuprimidos, apareceu nele sem aviso prévio.
A espera pela cirurgia
Com a data marcada — 15 de agosto —, a ansiedade é companheira diária. "Cada minuto parece uma eternidade", confessa o jovem, que já perdeu parte do tecido afetado. A equipe médica planeja um enxerto complexo para reconstruir a área danificada.
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Enquanto isso, os vizinhos se mobilizam. "É um menino bom, não merece passar por isso", diz Dona Maria, 68 anos, que organiza uma vaquinha online. Até agora, já arrecadaram 40% do valor necessário para os medicamentos pós-operatórios.
O que dizem os especialistas?
O cirurgião plástico Dr. Renato Torres explica que casos assim exigem "um ballet de especialidades". "Não é só cortar o tecido morto. Tem que pensar na função, na sensibilidade, em tudo", detalha. Segundo ele, o paciente terá acompanhamento por pelo menos um ano.
Já a infectologista Dra. Carla Mendes alerta: "Sem o tratamento certo, a mortalidade chega a 40%". Ela destaca a importância do diagnóstico precoce — algo que, felizmente, aconteceu nesse caso.
Enquanto a cirurgia não chega, o jovem tenta manter o humor. "Pelo menos vou ter uma história maluca pra contar nas festas", brinca, mostrando uma resiliência que impressiona até os médicos. Mas nos olhos, a apreensão é visível. Resta torcer para que o procedimento seja o primeiro passo para retomar uma vida normal.