
Os números não mentem — e, nesse caso, preocupam. Um levantamento recente jogou luz sobre um hábito perigoso que persiste entre os brasileiros: a resistência em usar camisinha. E adivinha quem está no topo dessa lista nada honrosa? Homens heterossexuais.
Parece contraditório, não é? Num mundo onde se fala tanto em prevenção, esse público específico continua dando sopa quando o assunto é proteção. Os motivos? Ah, são vários — desde a velha desculpa de "atrapalhar o prazer" até aquela mentalidade antiquada de "comigo nunca acontece".
Os dados que ninguém quer ver
Quando a gente para pra analisar friamente os números, a coisa fica feia:
- Quase 60% dos homens héteros admitem relações sem proteção
- Entre jovens de 18-24 anos, o índice chega a ser alarmante
- Só 3 em cada 10 levam preservativos em encontros casuais
E não é como se a informação não estivesse disponível — todo mundo sabe dos riscos. Mas parece que, entre saber e agir, existe um abismo comportamental difícil de atravessar.
"Ah, mas eu conheço a pessoa" — o maior mito
Se tem uma frase que os especialistas já estão cansados de ouvir é essa. Como se conhecer superficialmente alguém fosse garantia contra DSTs. O pior? Muitos nem cogitam fazer teste antes de abandonar o preservativo.
"É uma combinação perigosa de excesso de confiança e falta de informação real", analisa uma enfermeira do SUS que prefere não se identificar. "Eles acham que HIV é coisa do passado ou só de grupos específicos. Ledo engano."
O preço da negligência
Enquanto isso, as clínicas de saúde registram:
- Aumento de 22% em sífilis nos últimos dois anos
- Casos de HPV disparando entre jovens heterossexuais
- Reinfecções por DSTs que poderiam ser evitadas
E não adianta culpar só a falta de campanhas — elas existem, mas parece que não estão chegando onde deveriam. Ou melhor, chegando mas não convencendo.
No fim das contas, a conta sempre acaba caindo no SUS. E no corpo de quem se arrisca sem proteção. Será que vale a pena jogar roleta russa com a saúde?
PS: Se você é desses que acha que camisinha é coisa de fresco, talvez esteja na hora de repensar seus conceitos. A saúde agradece.