
Virou rotina nas academias: antes do treino, muita gente abre um sachê de cafeína em pó e joga direto na boca. Parece inofensivo — afinal, café a gente toma todo dia, né? Mas os médicos estão com o pulso firme no alerta: essa moda pode ser uma bomba-relógio pro corpo.
Do pó ao perigo em segundos
Um sachêzinho daqueles tem o equivalente a quatro xícaras de café concentradas. "É como comparar um avião de papel com um Boeing 747", brinca o cardiologista Dr. Renato Barros, antes de ficar sério: "Já atendemos casos de arritmia grave em jovens saudáveis por causa desse exagero".
O problema? A dose. Enquanto uma xícara vai entrando devagar, o pó bate tudo de uma vez. O coração não tem tempo de avisar que tá passando mal — quando dá sinal, já era.
Efeitos colaterais que ninguém conta
- Taquicardia que parece infarto
- Tremores que fazem parecer que tá no inverno da Rússia
- Ansiedade de nível "prova de cálculo sem ter estudado"
- Noites em claro mesmo com o corpo caindo aos pedaços
E tem mais: misturar com termogênicos então? "É pedir pra conhecer a UTI", alerta a nutricionista esportiva Ana Lúcia Ferreira. Ela conta que já viu aluno passar mal e jurar que "só tinha tomado o pozinho básico".
A indústria do "up" sem limites
Nas redes sociais, influencers fitness vendem a ideia como se fosse balinha de festa. "Tomo três por dia e tô vivão", diz um — mas não mostra os comprimidos pra ansiedade que engole pra dormir. O pior? Muitos produtos nem dizem direito o que tem dentro.
"É a velha história", suspira o endocrinologista Marco Túlio Oliveira. "O pessoal acha que se vende na prateleira, deve ser seguro. Esquecem que até água em excesso mata."
Pra piorar, as academias viraram terra sem lei. Personal trainers — muitos sem qualificação — receitam doses cavalares como se fossem balas. "Já ouvi um dizer que se não passar mal, não treinou direito", conta horrorizada uma frequentadora de academia em São Paulo.
Alternativas que não arriscam seu coração
- Café tradicional (mas sem exageros)
- Chá verde — tem cafeína, mas numa boa medida
- Dormir direito (sim, o melhor pré-treino é o sono)
- Alimentação balanceada (não tem pó mágico que substitua)
No fim, a mensagem dos especialistas é clara: seu corpo não é motor de fórmula 1 pra ficar turbinando sem consequências. "A moda passa, mas o fígado e o coração ficam", filosofa Dr. Barros. E aí, vale o risco?