
Imagine uma sessão de terapia onde, em vez de um único profissional, você tem dois terapeutas trabalhando juntos para ajudar seu relacionamento. Pois é, essa modalidade — chamada de coterapia — está virando febre em São Paulo, e não só entre casais tradicionais.
"A dinâmica muda completamente", explica a psicóloga Marina Rocha, que atua em dupla há três anos. "Enquanto um observa a comunicação não verbal, o outro foca no conteúdo. É como ter um backstage da relação."
Como funciona na prática?
Nada daquela cena clássica de divã e silêncio constrangedor. Aqui, os terapeutas:
- Interagem entre si, mostrando na hora como resolver conflitos
- Criam pontes quando o diálogo trava — e como trava!
- Trabalham em sincronia, quase como um "casal terapêutico"
E o mais curioso? Quem está aderindo em peso são justamente os relacionamentos não-monogâmicos. "Temos três, quatro pessoas na sala. É intenso, mas resolve", brinca o terapeuta Carlos Mendes.
Por que está dando certo?
Segundo especialistas, a coterapia oferece:
- Menos viés — duas perspectivas diferentes evitam julgamentos precipitados
- Mais dinamismo — quando um terapeuta "emperra", o outro assume
- Modelagem — os pacientes vejam na prática como se comunicar melhor
"É terapia e oficina de relacionamento ao mesmo tempo", define a psicóloga Luana Fonseca. E olha que interessante: muitos casais relatam progresso em metade do tempo das terapias convencionais.
Mas calma, não é milagre. Ainda requer trabalho — e, às vezes, coragem para encarar verdades difíceis com duas testemunhas especializadas. Vale o investimento? Quem experimenta diz que sim. Afinal, como dizem por aí: a dois já é difícil. Imagina com ajuda profissional em dobro.