Após trágica perda de Preta Gil, hospitais registram disparada na procura por colonoscopia — entenda o motivo
Após morte de Preta Gil, procura por colonoscopia dispara

O Brasil ainda sente o baque. A partida precoce de Preta Gil para o câncer de intestino — diagnóstico que muitos nem imaginavam possível em alguém tão cheio de vida — virou um alerta vermelho nos consultórios médicos. E os números não mentem: só no Hospital Badim, no Rio, as solicitações de colonoscopia dispararam 40% nas últimas semanas. Coincidência? Difícil acreditar.

"Quando uma personalidade pública é atingida, as pessoas acordam", comenta o gastroenterologista Luiz Edmundo Mazza, com aquela voz de quem já viu histórias demais. E ele tem razão — afinal, quem nunca adiou aquele check-up chato, mas necessário, "pra semana que vem"?

O exame que ninguém quer fazer (mas deveria)

Vamos combinar: colonoscopia não está no topo da lista de "coisas divertidas para fazer numa quarta-feira". A preparação é... digamos, pouco glamourosa. Mas e se eu disser que esse incômodo de 30 minutos pode detectar lesões pré-cancerosas 10 anos antes de virar um problema? Vale a pena, não?

  • Indicado a partir dos 45 anos (ou antes, com histórico familiar)
  • Detecta pólipos que podem ser removidos na hora
  • Taxa de eficácia superior a 90% na prevenção

"O câncer colorretal é traiçoeiro — quando dá sintomas, já está avançado", alerta a oncologista Maria Cristina Figueroa, enquanto ajusta os óculos com ar de quem cansa de repetir o óbvio. E ela tem um ponto: no estágio inicial, a chance de cura beira os 90%. Nos estágios tardios? Cai para menos de 15%. Matemática cruel.

Sintomas que merecem atenção

Não é para virar hipocondríaco, mas alguns sinais pedem urgência:

  1. Sangue nas fezes (não, não é "só hemorroida")
  2. Mudança persistente no hábito intestinal
  3. Dor abdominal que não passa
  4. Perda de peso sem explicação

O caso de Preta Gil escancarou uma verdade inconveniente: brasileiro adora postar #tbt no Instagram, mas foge do médico como o diabo foge da cruz. "Temos que mudar essa cultura do "depois eu vejo", diz Mazza, enquanto organiza uma pilha de requisições de exames — cada uma representando alguém que, finalmente, decidiu encarar a realidade.

No fim das contas, a triste história da cantora pode estar salvando vidas sem querer. Ironia do destino? Talvez. Mas se esse "efeito Preta Gil" conseguir convencer pelo menos mais uma pessoa a marcar a bendita colonoscopia, já terá valido a pena.