Acreúna: O menor município de MT encolhe ainda mais e vira o 4º do Brasil em baixa população
Acreúna, em MT, é o 4º município menos populoso do Brasil

Parece até coisa de filme, mas é a pura realidade: Acreúna, o já minúsculo município de Mato Grosso, ficou ainda menor. E não, não foi uma praga bíblica nem nada sobrenatural — foi o velho e conhecido êxodo, aquele que vai levando gente embora aos poucos, sem alarde.

Dados fresquinhos do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (29), mostram que a cidade perdeu apenas nove habitantes desde o último censo. Parece pouco, né? Mas numa comunidade que já era pequena, é como se um pedaço considerável da vizinhança tivesse simplesmente evaporado.

O resultado prático? Bom, Acreúna escorregou posições no ranking nacional e agora ostenta, com certa melancolia, o título de quarta cidade menos populosa de todo o Brasil. Só fica atrás de Serra da Saudade (MG), Borá (SP) e Araguainha (MT) — essa última, sim, a campeã de vazio.

Mas cadê todo mundo?

A pergunta que não quer calar: pra onde foi essa galera? A reportagem foi atrás e descobriu que a maioria migrou para cidades vizinhas maiores em busca daquilo que Acreúna não pode oferecer: emprego, acesso à saúde e — quem diria — educação para os filhos.

É aquele ciclo clássico do interior brasileiro, sabe? As oportunidades se concentram nos centros urbanos, e os pequenos núcleos vão murchando devagar, quase sem que a gente perceba. Uma pena, porque lugares como Acreúna carregam uma história única, um jeito de viver que as grandes metrópoles já perderam faz tempo.

E agora, o que fazer?

Especialistas ouvidos pelo G1 alertam que o problema vai muito além dos números. “É um sinal de alerta para a administração pública”, comenta um demógrafo. “Sem políticas para fixar o jovem no campo, para gerar renda local, o destino é esse mesmo: o esvaziamento lento e constante.”

Enquanto isso, os poucos moradores que restaram seguem a vida, resistindo. E torcendo para que, num futuro não muito distante, a maré vire e Acreúna recupere não só seus números, mas também sua esperança.