Juiz de Fora perde Fernando Goretti: empresário e ex-presidente da Astransp morre aos 73 anos
Morre Fernando Goretti, ex-presidente da Astransp em JF

Juiz de Fora acordou mais triste nesta sexta-feira. A notícia correu rápido pelos grupos de WhatsApp e chegou com aquele peso que só a partida de alguém importante traz: Fernando Goretti, um nome que virou sinônimo de transporte na cidade, nos deixou. Aos 73 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória em sua casa, no Bairro Poço Rico.

Não foi qualquer pessoa. Fernando era daquelas figuras que pareciam feitas de aço e vontade — um empresário de pulso firme que, durante anos, presidiu a Associação dos Transportes Públicos de Juiz de Fora, a Astransp. Quem acompanha o setor sabe: falar dele é falar de mudança. De evolução. De quem não tinha medo de botar a mão na massa e fazer o bonde andar.

E olha, não era fácil. O setor de transporte sempre foi um daqueles campos minados — cheio de opiniões, críticas e expectativas. Mas Goretti, com uma tranquilidade que só os experientes têm, conduzia tudo com uma mistura rara de pragmatismo e visão. Dizem por aí que ele era daqueles que conseguia enxergar três curvas à frente quando todo mundo ainda tava olhando para o retrovisor.

Além dos negócios: o homem por trás do cargo

Mas reduzir Fernando Goretti à presidência da Astransp seria, com certeza, um erro. Quem o conhecia de perto sabia — era mais do que um gestor. Era marido, pai de três filhos, avô… homem de fé, frequentador assíduo da Igreja Presbiteriana. Gostava de uma prosa boa, de olhar nos olhos, de ouvir antes de falar.

E talvez tenha sido essa humanidade toda que fez dele não só um líder, mas uma referência. Alguém que não se escondia atrás de planilhas ou reuniões — estava sempre lá, no olho do furacão, seja negociando rotas, discutindo tarifas ou pensando em melhorias que pudessem, de verdade, facilitar a vida do passageiro.

O silêncio que fala

A notícia da morte dele ecoou forte. Não só entre familiares e amigos, mas no meio empresarial, político… até entre motoristas e cobradores que cruzaram com ele ao longo de tantos anos. A Astransp, como era esperado, emitiu uma nota de pesar — curta, mas densa. Daquelas que a gente lê e sente que há muito mais entre as linhas.

E de fato há. Porque uma vida como a de Goretti não some sem deixar marcas. Pelo contrário: o que ele construiu em Juiz de Fora — nas ruas, nos terminais, no modo como a cidade se move — vai seguir aí. Como um registro quieto, porém insistente, de que fez a diferença.

O velório está marcado para este sábado, no Espaos Líder, no Bairro Jardim de Alá. O sepultamento, logo depois, no Cemitério Parque da Saudade. Vai ter gente de todo tipo — do alto executivo ao cobrador que lembra dele com um bom-dia. E talvez seja essa a maior homenagem: a pluralidade de quem chega para dizer até logo.

Fernando Goretti se foi. Mas o chão que ele pisou — firme, decidido, transformador — esse, dificilmente alguém vai apagar.