
Era uma manhã comum em Macapá — até que o Detran decidiu fazer história. Nesta segunda-feira (14), o Departamento de Trânsito do Amapá colocou em prática (literalmente!) um projeto que muita gente achava que ainda ia demorar: a primeira prova de direção com intérpretes de Libras dedicados.
Quatro candidatos surdos, preparados como qualquer outro, mas com um diferencial que faz toda diferença: equipes treinadas para garantir comunicação fluida durante todo o exame. Não foi só burocracia funcionando — foi inclusão acontecendo de verdade.
Como funcionou?
Dois intérpretes por carro (porque redundância nunca é demais quando o assunto é acessibilidade). Enquanto um acompanhava o examinador, o outro ficava de olho no candidato, traduzindo cada instrução em tempo real. Nada daqueles gestos improvisados que às vezes a gente vê por aí — serviço profissional, como deve ser.
E olha que interessante: os próprios avaliadores passaram por capacitação básica em Libras. Não o suficiente para substituir os profissionais, claro, mas o bastante para quebrar aquela barreira inicial que sempre existe.
"Foi como tirar um peso das costas"
É o que conta um dos candidatos, através da intérprete. Imagina só estudar meses, dominar a teoria, praticar direção... e na hora H ficar refém da sorte para entender as orientações? Pois é.
O Detran garante que essa não foi ação isolada. A ideia é expandir — porque convenhamos, num país com mais de 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva, isso aqui deveria ser padrão, não exceção.
Ah, e para quem acha que "inclusão" é só palavra bonita em discurso político: a taxa de aprovação dos candidatos surdos ficou igual à média geral. Traduzindo (sem trocadilho): quando se dá condições iguais, os resultados... bem, ficam iguais.