Trabalho Escravo no Café: 19 Resgatados de Fazenda em Santo Antônio da Alegria em Condições Chocantes
Trabalho escravo: 19 resgatados em fazenda de café

Imagine acordar antes do sol nascer e trabalhar até cair a noite, sem saber se vai ter o que comer ou onde dormir direito. Pois é exatamente essa realidade que 19 pessoas enfrentavam numa fazenda de café em Santo Antônio da Alegria, no interior paulista. A situação era tão grave que o Ministério Público do Trabalho não teve dúvidas: trabalho análogo ao de escravo.

E olha que a gente tá falando de 2025, não do século XIX. Mas parece que o tempo parou nessa propriedade rural. Os trabalhadores — todos homens, a maioria vinda da Bahia — viviam amontoados num galpão improvisado. Sem camas, sem colchões, sem condições mínimas de higiene. Um verdadeiro absurdo.

Condições que chocam qualquer ser humano

A fiscalização, que rolou na última terça-feira, encontrou um cenário de total desrespeito à dignidade humana. A água que bebiam vinha de um córrego próximo — sim, você leu certo — sem qualquer tratamento. Para comer, dependiam exclusivamente do que o empregador fornecia, quando fornecia.

O mais revoltante? Muitos deles nem sabiam direito quanto iam receber pelo trabalho. Alguns tinham promessas de salário, outros nem isso. Trabalhavam na colheita do café praticamente de sol a sol, sem equipamentos de proteção, sem registro na carteira, sem nada que lembrasse direitos trabalhistas.

Uma operação que veio pra restituir dignidade

A operação não foi simplesmente prender alguém e pronto. Tinha um propósito muito maior: devolver a humanidade roubada desses trabalhadores. Eles foram encaminhados para atendimento médico, receberam orientações sobre seus direitos e, o mais importante, vão receber tudo que têm direito — incluindo verbas rescisórias e seguro-desemprego.

O proprietário rural agora responde a um Termo de Ajuste de Conduta. Basicamente, precisa se comprometer a nunca mais cometer esses absurdos. A multa aplicada foi de R$ 33 mil — um valor que, convenhamos, parece pouco perto do sofrimento causado.

É triste pensar que, em pleno século XXI, ainda precisamos de operações como essa. Que existem pessoas que acham normal tratar seres humanos como se fossem menos que animais. Mas por outro lado, é bom saber que ainda há instituições dispostas a lutar pelos mais vulneráveis.

O caso serve de alerta: a escravidão moderna pode estar mais perto do que imaginamos, escondida atrás das plantações de café que tanto apreciamos. Fica a reflexão.