
Um produtor rural do interior de São Paulo foi condenado a pagar R$ 2 milhões por submeter adolescentes a trabalho análogo à escravidão. O caso, que chocou a região, foi julgado pela Justiça do Trabalho e reacendeu o debate sobre a exploração de mão de obra vulnerável no campo.
Segundo as investigações, os jovens eram submetidos a jornadas exaustivas, sem equipamentos de proteção e em condições degradantes. Eles realizavam atividades perigosas na propriedade rural, sem qualquer tipo de remuneração justa ou garantia de direitos trabalhistas.
Condenação exemplar
A decisão judicial considerou as provas apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que comprovaram as violações aos direitos fundamentais dos adolescentes. Além da multa milionária, o produtor rural terá que arcar com outras sanções previstas em lei.
O caso serve como alerta para outros empregadores rurais que ainda insistem em práticas ilegais de contratação. A exploração de mão de obra análoga à escravidão é crime hediondo no Brasil, com penas que podem chegar a oito anos de prisão.
Impacto social
Especialistas em direitos humanos destacam que casos como este:
- Revelam a persistência de problemas estruturais no campo
- Mostram a vulnerabilidade de jovens em situação de pobreza
- Exigem maior fiscalização por parte dos órgãos competentes
O MPT tem intensificado as operações de combate ao trabalho escravo no estado de São Paulo, principalmente em regiões com forte presença da agricultura.