
Pare tudo o que está fazendo. O que você realmente sabe sobre o feriado de 3 de outubro no Rio Grande do Norte? Não é apenas mais um dia no calendário — é uma página sangrenta da nossa história que poucos se dão ao trabalho de ler.
Ah, a Revolução Pernambucana de 1817... Aquela que os livros didáticos tratam com certa timidez. Enquanto Pernambuco pegava em armas contra a Coroa Portuguesa, aqui no RN a coisa ficou feia. Muito feia mesmo.
O Massacre que a História Quase Esqueceu
Três nomes: Padre Miguelinho, Padre Pedro de Souza Tenório e o Coronel Antônio de Barros. Soam familiares? Provavelmente não — e é uma vergonha que seja assim. Esses três homens pagaram com a vida por sonhar com um Brasil diferente.
Miguelinho, um intelectual brilhante; Tenório, um religioso com coragem de sobra; e Barros, um militar que não se dobrou. Eles não eram soldados de fortuna — eram idealistas que acreditaram que nossa terra poderia ser mais justa.
O Preço da Liberdade
Quando o movimento foi esmagado, a repressão veio com toda força. O que se seguiu foi uma carnificina que manchou de vermelho o solo potiguar. Os três líderes foram executados de maneira brutal — um aviso claro para quem ousasse desafiar o poder estabelecido.
Parece exagero? Talvez. Mas a verdade é que naquele outubro de 1817, o RN perdeu parte de sua alma. E ganhou uma dívida histórica com esses mártires.
Por que um Feriado em 2025?
O tempo passou. Muita água rolou debaixo da ponte. Em 2017 — exatos duzentos anos depois da tragédia — o governo estadual acordou para a importância desses heróis. A Lei 10.500 não foi apenas um gesto burocrático: foi um pedido de desculpas tardio da história.
Curiosamente, o feriado só começou a valer em 2018. Demorou, mas chegou. E agora, em 2025, já estamos na oitava edição — embora muitos ainda nem saibam o que estão comemorando (ou melhor, lembrando).
Mais que um Dia Livre
É tentador pensar no feriado apenas como uma folga. Quem não gosta de um descanso, não é mesmo? Mas reduzir a data a isso é como jogar areia nos olhos da memória desses homens.
O 3 de outubro deveria ser um convite à reflexão. Uma pausa para perguntar: o que estamos fazendo com a liberdade que eles tentaram conquistar? A pergunta fica no ar.
Enquanto você aproveita seu dia de descanso, lembre-se: há nomes por trás dessa data. Homens de carne e osso que sonharam grande — e pagaram o preço máximo por isso. O feriado dos Mártires não é sobre morte — é sobre coragem. E isso, meus amigos, nunca sai de moda.