
Pois é, meu amigo — a coisa aqui no Espírito Santo está mudando pra valer. E digo mais: não é de hoje não. Desde 1991, uma lei federal já mandava que empresas com mais de 100 funcionários reservassem parte das vagas para pessoas com deficiência. Mas sabe como é… Lei no papel é uma coisa; na prática, às vezes é outra.
E olha, não tô aqui pra criticar não, mas a verdade é que muita gente ainda reluta em cumprir. Medo de não saber como incluir, receio dos custos, puro desconhecimento — as desculpas são várias. Só que a realidade bateu na porta, e a inclusão deixou de ser opção. Virou obrigação. E necessidade humana, diga-se.
Mas afinal, como funciona essa tal cota?
Vamos simplificar: se a empresa tem de 100 a 200 empregados, 2% das vagas têm que ser destinadas a pessoas com deficiência. Acima de 200? Sobe para 3%. E passa de 500? Aí já são 5%. Não é pouco não — é chance real de emprego, dignidade e autonomia.
E tem mais: a empresa não pode alegar que “não há candidatos” só de boca. Tem que provar. Publicar edital, buscar, correr atrás. Inclusão não cai do céu — a gente é que faz.
E se não cumprir? Ah, aí a coisa aperta…
Multa. E não é baixa não. Além do risco processual — e olha, ninguém quer processo trabalhista, né? Mas mais do que punição, o que pega mesmo é o prejuízo moral. Hoje em dia, empresa que não inclui, perde valor. Perde respeito. Perde gente boa.
E não venham me dizer que é caro adaptar o ambiente. Sério mesmo? Rampla, banheiro acessível, computador com leitor de tela — muita coisa é simples. Barata. E o retorno? Imensurável.
Uma colega minha, cadeirante, me contou outro dia: “Me contrataram não por pena, mas porque eu era boa no que faço. Só precisei de uma mesa mais baixa.” Simples assim.
O papel do governo e da sociedade
O poder público também tem sua parte. Fiscalizar, orientar, apoiar. Mas a sociedade… ah, a sociedade precisa abraçar a causa. Parar de achar que inclusão é favor. É direito!
E tem empresas que já entenderam o recado. No ES, várias estão indo além da cota — criando programas de treinamento, mentorias, até promovendo pessoas com deficiência a cargos de liderança. Isso sim é evolução.
Porque no fim das contas, inclusão não é sobre números — é sobre gente. Gente que quer trabalhar, produzir, se sentir útil. E convenhamos: todo mundo ganha com isso.
Então é isso. A lei existe, é pra valer. E se você é empresário, não espere a multa chegar. Inclua. Adapte. Contrate. Vai sair ganhando — e o mundo também.