Imagine acordar antes do sol nascer e chegar em casa quando as estrelas já dominam o céu. Pois é, essa não é mais uma cena de filmes distópicos - virou realidade dura e crua na terra dos filósofos.
A Grécia, sabe aquele país que praticamente inventou a democracia? Bem, parece que estão reinventando a escravidão moderna. Uma lei aprovada recentemente permite que empresas estendam a jornada de trabalho para até treze horas diárias. Treze horas! Dá pra acreditar?
O Que Realmente Mudou?
Agora os patrões gregos podem implementar o que chamam de "trabalho em tempo concentrado". Soa bonito, né? Mas na prática significa que você pode trabalhar seis dias seguidos de 13 horas cada. Uma matemática simples mostra: são 78 horas semanais. Quase o dobro do que consideramos civilizado.
O governo alega que isso vai "flexibilizar" o mercado. Flexibilizar ou quebrar as costas dos trabalhadores? A pergunta fica no ar.
Reação nas Ruas e nas Redes
As ruas de Atenas não ficaram quietas. Nem um pouco. Sindicatos e trabalhadores foram para as avenidas principais protestar - e com muita razão, diga-se de passagem.
Nas redes sociais, a hashtag #13Hours está viralizando. Um usuário postou: "Os deuses do Olimpo devem estar se revirando em seus túmulos míticos". Outro foi mais direto: "Isso não é flexibilidade, é exploração pura".
E olha só que interessante: até turistas estão comentando sobre a situação. "Vim para ver as ruínas antigas, não para testemunhar a criação de novas", disse um visitante britânico ao The Guardian.
O Lado (Supostamente) Bom
O governo insiste que a medida vai combater o trabalho não declarado - aquele famoso "subemprego". A teoria é que, com mais flexibilidade, as empresas vão preferir contratar正规mente.
Também prometem que os trabalhadores poderão recusar a jornada estendida sem medo de represálias. Mas vamos combinar: na prática, quem realmente tem coragem de dizer "não" quando o emprego está em jogo?
E as Consequências?
Especialistas em saúde ocupacional estão alarmados. Dr. Nikos Papadopoulos, que estuda estresse laboral há vinte anos, me contou por telefone: "Isso é uma bomba-relógio para a saúde pública. Ninguém aguenta esse ritmo sem consequências graves".
E ele tem números para provar: problemas cardíacos, depressão, ansiedade - tudo isso tende a disparar quando as jornadas se estendem além do razoável.
Para piorar, a Grécia já enfrenta uma crise demográfica séria. Com pessoas trabalhando até cair, quem vai ter tempo ou energia para formar família?
O Contexto Europeu
Enquanto a Grécia avança para trás, outros países europeus caminham no sentido oposto. A Alemanha testa a semana de quatro dias. A Espanha também. Até a Islândia já provou que jornadas menores aumentam a produtividade.
Parece que os gregos estão nadando contra a maré - e em águas perigosas.
A verdade é que essa história toda me faz pensar: até onde vamos permitir que o "progresso" retroceda nossos direitos mais básicos? O direito ao descanso, à vida familiar, à saúde mental - tudo isso parece estar sendo colocado na prateleira do "luxo" em vez do "essencial".
O que você acha? Será que estamos vendo o futuro do trabalho ou o passado se repetindo?
