
O clima na Superintendência de Transportes e Trânsito do Acre não está nada tranquilo — e não é só por causa do tráfego caótico. Duas ex-funcionárias levantaram a voz para denunciar o que chamam de 'um verdadeiro inferno astral' no ambiente de trabalho. Segundo elas, o superintendente da pasta teria criado um clima de terror psicológico que fez com que pedissem demissão.
'Não aguentava mais acordar com dor no estômago', revela uma das mulheres, que prefere não se identificar com medo de represálias. 'Era humilhação atrás de humilhação, como se ele tivesse prazer em esmagar nossa autoestima.'
O outro lado da moeda
Quando questionado, o gestor em questão negou veementemente as acusações. 'Isso é invenção de quem não quer trabalhar direito', disparou, visivelmente irritado. 'Quem conhece meu método sabe que sou exigente, mas justo.'
Mas será mesmo? Uma das ex-funcionárias conta que chegou a precisar de acompanhamento psicológico. 'Meu médico disse que meu caso era típico de burnout induzido por assédio', lamenta. 'Perdi noites de sono, engordei 12 quilos... Foi devastador.'
O que diz a lei?
Especialistas em direito trabalhista ouvidos pela reportagem explicam que o assédio moral é crime — e das coisas mais difíceis de provar. 'Geralmente não há testemunhas ou provas concretas', explica a advogada Maria Fernanda Torres. 'Mas quando várias vítimas falam a mesma coisa, o caso ganha força.'
O Ministério Público do Trabalho no Acre já está de olho no caso. 'Vamos apurar com todo o rigor', prometeu um procurador que pediu para não ser identificado. Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta — com opiniões divididas entre quem acredita nas mulheres e quem defende o gestor.
Uma coisa é certa: o barco da administração pública acreana está balançando forte. E dessa vez, não é por causa dos rios da região.