Prefeito do Ceará provoca tempestade com críticas a religiões africanas: 'Que se ofenda quem quiser'
Prefeito critica religiões africanas e gera polêmica

O clima esquentou no Ceará esta semana, e não foi por causa do sol nordestino. Um discurso do prefeito de Caucaia, Emanuel Pinheiro, simplesmente jogou gasolina na fogueira das discussões religiosas. A fala aconteceu durante uma solenidade pública, mas as consequências se espalharam como rastro de pólvora pelas redes sociais.

O que ele disse exatamente? Bom, prepare o coração. Referindo-se às religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, o prefeito disparou: "Que se ofenda quem quiser se ofender". A frase soou como um desafio, quase um "pode vir quente que eu estou fervendo".

O contexto da polêmica

O estopim foi uma discussão sobre a descriminalização do aborto. Pinheiro, defendendo sua posição contrária, começou a falar sobre valores religiosos. Só que fez uma separação meio estranha entre o que chamou de "verdadeiras religiões" e... bem, as outras.

Ele chegou a citar nominalmente a umbanda e o candomblé, dizendo que não aceitaria ser chamado de "racista ou preconceituoso" por fazer essa distinção. O problema? Essa distinção em si já carrega um cheirinho de preconceito, né?

A reação nas redes sociais

As redes sociais não perdoaram. Virou um verdadeiro festival de críticas, com direito a memes, indignação e muita, muita discussão. Teve gente lembrando que o Brasil é um estado laico — aquele detalhe importantíssimo que alguns políticos parecem esquecer quando convém.

Outros foram mais diretos: chamaram a declaração de intolerância religiosa pura e simples. Não deu outra, a hashtag #RespeiteAsReligiõesDeMatrizAfricana começou a circular por aí.

O que diz a lei?

Aqui é que a coisa fica séria mesmo. Intolerância religiosa não é apenas falta de educação — é crime. A legislação brasileira é bem clara sobre isso. E quando vem de uma autoridade pública, a situação fica ainda mais complicada.

Especialistas em direito constitucional já começaram a analisar o caso. A impressão que fica é que o prefeito pode ter pisado em terreno bem pantanoso do ponto de vista legal.

Não é a primeira vez

O mais curioso é que Pinheiro já tinha histórico de declarações polêmicas sobre religião. Em 2023, durante uma sessão na Câmara Municipal, ele praticamente repetiu o mesmo script. Parece que alguns políticos insistem em não aprender com os próprios erros.

Dá aquela sensação de "déjà vu", sabe? A mesma controvérsia, praticamente as mesmas palavras, só mudou a data.

E agora, o que esperar?

O silêncio da prefeitura sobre o caso é quase ensurdecedor. Até agora, nenhum posicionamento oficial foi divulgado para tentar apagar o incêndio. Enquanto isso, nas comunidades religiosas afetadas, a decepção é grande.

Líderes de terreiros e especialistas em diversidade religiosa lamentam que, em pleno 2025, ainda precisem lidar com esse tipo de situação. É como se o relógio social tivesse voltado décadas.

Resta esperar para ver se haverá algum tipo de retratação — ou se o "que se ofenda quem quiser" vai continuar ecoando como uma espécie de lema infeliz dessa administração.