
Não é novidade que as redes sociais viraram um ringue de boxe político. Mas tem um detalhe que pouca gente comenta: quando a lutadora é mulher e defende ideias conservadoras, os golpes parecem vir com um extra de ferocidade. Por quê?
Parece até lei não escrita: mulher na política já enfrenta barreiras, mas se somar a isso um discurso alinhado à direita... aí o buraco é mais embaixo. Elas viram alvo preferencial de ataques que vão muito além do debate de ideias.
O peso duplo do preconceito
"É como se existissem duas regras", diz uma entrevistada que prefere não se identificar. "Homens conservadores são vistos como firmes. Nós, como traidoras do nosso gênero." Não é só impressão. Pesquisas mostram que comentários sobre aparência e vida pessoal aparecem 3 vezes mais quando o perfil é de uma mulher de direita.
E olha que contradição: enquanto a esquerda prega inclusão, muitas vezes aplica um julgamento sem piedade a quem pensa diferente. "Já me chamaram de burra, submissa e até 'feminista de araque' só por defender meus valores", conta uma deputada estadual.
As estratégias de sobrevivência digital
Algumas táticas que essas mulheres desenvolveram:
- Criar redes de apoio entre si (os famosos "grupos secretos" no WhatsApp)
- Contratar equipes especializadas em gerenciamento de crise digital
- Usar o humor como escudo contra ataques
- Documentar tudo para ações judiciais
Mas será que isso resolve? Uma psicóloga que atende políticas alerta: "O custo emocional é altíssimo. Muitas desenvolvem ansiedade e até síndrome do pânico".
E você, já parou pra pensar por que aceitamos certos tipos de ataque como "normais" na política? No fim, seja de esquerda ou direita, debate deveria ser sobre ideias, não sobre destruir pessoas.