
O que acontece quando a política e a religião colidem de forma explosiva? Bom, essa semana temos uma resposta e tanto. Um áudio — daqueles que não deveriam escapar — colocou o pastor Silas Malafaia no centro de um furacão político.
E não foi qualquer áudio. A mensagem, carregada de uma frustração palpável, era endereçada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O alvo? Nada mais, nada menos que seu próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
As palavras escolhidas pelo líder religioso não foram nada sutis. Na gravação obtida pelo Fantástico, Malafaia não poupou críticas. Chamou Eduardo de "babaca" e "idiota". Sim, você leu certo. A expressão "babaca" foi repetida nada menos que quatro vezes, deixando zero margem para dúvidas sobre sua irritação.
Mas calma, a coisa não para por aí. O pastor foi além dos insultos. Ele acusou o deputado de ser o grande responsável por uma suposta "guerra interna e familiar" que estaria minando a base política da família. Uma bomba relógio, certo?
O estopim da crise
E o que teria causado tamanho rompante? Tudo indica que a raiz do problema está nas recentes movimentações de Eduardo Bolsonaro no PL, o partido do pai. Malafaia, visivelmente exasperado, deixa claro que enxerga essas ações como um tiro no pé — uma tentativa de desgastar a liderança de Jair Bolsonaro por dentro.
"Ele acha que é esperto, mas está é sendo um completo idiota", disparou o pastor no áudio, sua voz um misto de desdém e preocupação genuína. É daquelas situações em que a família e a política se embaralham, criando um nó quase impossível de desfazer.
A Polícia Federal entra em cena
E como era de se esperar, o caso rapidamente deixou o campo das fofocas políticas e foi parar na mesa de investigações sérias. A Polícia Federal confirmou que abriu um inquérito para apurar o vazamento da conversa privada.
O crime em questão? Violação de sigilo telemático, uma investigação que corre sob total sigilo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF). Um detalhe crucial: o inquérito é vinculado à mesma operação que investiga suspeitas de que o ex-presidente e seus aliados estariam envolvidos em um suposto plano para desestabilizar as instituições democráticas.
Não é pouco coisa. O vazamento desse áudio específico é tratado como mais uma peça nesse quebra-cabeça complexo — e potencialmente perigoso.
E a reação dos envolvidos?
Até o momento, o silêncio é a resposta oficial. Tanto a assessoria de Malafaia quanto a de Eduardo Bolsonaro se recusaram a comentar o assunto. Nada de notas, nada de esclarecimentos. Um vácuo de informações que, convenhamos, só alimenta ainda mais a fogueira.
O Fantástico tentou contato, é claro. Mas as únicas respostas foram evasivas ou o clássico "não vamos nos manifestar".
Enquanto isso, o áudio segue ecoando nos corredores do poder e nas redes sociais, um lembrete incômodo de como as alianças mais sólidas podem rachar com uma velocidade assustadora. O que isso significa para o futuro político da família Bolsonaro? Só o tempo — e talvez a PF — poderão dizer.