
Eis que surge uma daquelas reviravoltas que só a política econômica é capaz de produzir. Aquele mesmo imposto que travou a entrada de toneladas de alimentos no país – a famigerada tarifa de importação de 20% – agora pode ser a chave para abastecer a merenda das escolas públicas e reforçar programas sociais. Quem diria, não?
O plano, articulado nos corredores do governo federal, é simplesmente redirecionar os produtos que estão parados nos portos e armazéns, esperando a liberação fiscal, para onde a necessidade é mais urgente: os pratos de quem precisa.
Como Funciona na Prática?
Pense naquelas cargas de arroz, feijão, milho e leite em pó que ficaram retidas por causa da bitributação. Em vez de apodrecerem ou voltarem para o exterior, podem seguir direto para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e para iniciativas como o Brasil Sem Fome. Uma jogada de mestre, ou pelo menos é o que se espera.
Não é só teoria, não. O Ministério da Agricultura já está de olho nisso, e a Casa Civil deu sinal verde para que a ideia saia do papel. Mas, claro, nada é tão simples assim. Há trâmites, acordos setoriais e – ah, a burocracia! – uma série de detalhes logísticos para resolver.
E os Importadores? Como Ficam?
Boa pergunta. Quem importou e pagou a tarifa extra não vai ficar no prejuízo. A ideia é que o governo federal indenize essas empresas, comprando os produtos a preço de custo. Assim, todo mundo sai ganhando: o importador recebe, o alimento não se perde e a população é beneficiada.
Mas calma, ainda tem um porém. Parte do setor produtivo nacional reclama que a medida pode distorcer o mercado interno. Afinal, como competir com produtos que entram com isenção e viram estoque governamental? O debate promete esquentar.
Um Alívio Para o Bolso e Para a Consciência
Enquanto isso, nas cozinhas das escolas e dos centros de assistência social, a perspectiva é de alívio. Com mais recursos entrando, dá para diversificar o cardápio, aumentar a qualidade das refeições e, quem sabe, garantir que nenhuma criança fique com fome durante o período escolar.
Parece um daqueles casos em que uma crise vira oportunidade. Ou, pelo menos, é nisso que o Planalto está apostando. Agora é torcer para que a execução seja tão boa quanto a ideia.