
Eis que surge mais um capítulo na sempre turbulenta relação entre Ministério Público e gestão pública na Paraíba. Desta vez, o alvo é o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, que virou alvo de investigação do MPPB. Mas calma lá, porque a Secretaria Estadual de Saúde já veio a público com respostas na ponta da língua.
A situação começou a esquentar quando o promotor de Justiça Ronaldo Guedes deu o pontapé inicial numa investigação sobre possíveis — e aqui repito, possíveis — irregularidades na administração do hospital. O MP alega que recebeu denúncias anônimas, aquelas que sempre deixam todo mundo com a pulga atrás da orelha.
O outro lado da moeda
Mas a Secretaria de Saúde não ficou de braços cruzados. Pelo contrário, saiu na frente e soltou uma nota que não deixa margem para dúvidas. Eles afirmam, com todas as letras, que seguem à risca todos os procedimentos legais. "Não há nenhum desvio de conduta", garantem.
O que me chama atenção é a velocidade da resposta. Normalmente essas coisas demoram dias para serem rebatidas, mas dessa vez foi quase instantâneo. Será que já estavam esperando por isso?
Números que falam por si
Vamos aos fatos concretos. A gestão estadual joga na mesa alguns dados interessantes:
- Mais de 1.500 funcionários trabalhando regularmente
- Atendimento a cerca de 20 mil pacientes mensais
- Investimento de R$ 12 milhões só em 2024 para melhorias
Não são números pequenos, convenhamos. Mas será que isso basta para calar as críticas?
O que diz o Ministério Público
Do outro lado, o MPPB mantém o discurso de que está apenas cumprindo seu papel. O promotor Ronaldo Guedes foi cauteloso nas declarações, evitando acusações diretas, mas deixando claro que não vai deixar pedra sobre pedra.
"Qualquer indício de irregularidade precisa ser apurado", disse ele, com aquela seriedade típica de quem lida com o erário público diariamente.
E os usuários do hospital?
Enquanto a briga institucional esquenta, fico pensando nos pacientes que dependem do Metropolitano. Eles devem estar aí, se perguntando se tudo isso vai afetar o atendimento que recebem.
Conversando rapidamente com algumas pessoas na região, a impressão que tenho é de que o hospital, com todos seus percalços, ainda é uma referência importante para a Grande João Pessoa.
No final das contas, o que importa mesmo é que a verdade venha à tona — seja qual for. E que o cidadão comum, aquele que precisa de um atendimento de saúde digno, não saia prejudicado nessa história toda.
O certo é que essa novela ainda deve render muitos capítulos. Fiquemos de olho.