
Parece que a situação chegou num ponto crítico, mesmo. As Santas Casas brasileiras — aquelas instituições que são praticamente a espinha dorsal da saúde pública em muitos municípios — estão com as contas no vermelho profundo. E não é de hoje, né?
O que me surpreende é que estamos falando de uma crise que já vem se arrastando há anos, mas agora parece ter atingido um nível insustentável. Tanto que o próprio governo federal resolveu colocar a mão na massa.
Reunião de Emergência no Palácio do Planalto
Na última terça-feira, sabe o que rolou? Geraldo Alckmin, o vice-presidente, e o ministro da Saúde, Nísia Trindade, sentaram com Padilha para uma conversa que promete — ou pelo menos tenta — salvar essas instituições centenárias da falência. E olha, a situação tá feia mesmo.
Eu fico pensando: sem as Santas Casas, o que seria do SUS em centenas de cidades pelo Brasil afora? É desesperador só de imaginar.
Dívidas que Assustam
Os números são assustadores, pra ser sincero. As Santas Casas devem cerca de R$ 25 bilhões à Previdência Social. Vinte e cinco bilhões! É dinheiro que não tá no papel, gente — é falta de recurso pra comprar medicamento, pra pagar funcionário, pra manter as portas abertas.
E o pior: enquanto isso, os repasses do SUS não cobrem nem de longe os custos reais. É como tentar encher um balde furado — você joga água, mas tudo vaza antes de dar pra matar a sede de quem precisa.
Propostas em Jogo
O que estão discutindo lá no Planalto? Bom, circulam algumas ideias:
- Refinanciamento dessas dívidas gigantescas com a Previdência
- Criação de um programa de pagamento em parcelas mais alongadas
- Revisão dos valores repassados pelo SUS para procedimentos
- Medidas para agilizar o pagamento de serviços já prestados
Mas sabe como é — entre discutir e fazer, existe um abismo que muitas vezes as Santas Casas não têm tempo de esperar.
Uma Corrida Contra o Tempo
O que mais me preocupa nisso tudo é o timing. Enquanto o governo discute fórmulas e planos, lá na ponta as Santas Casas estão tomando decisões drásticas: reduzindo leitos, demitindo profissionais, suspendendo serviços essenciais. É um verdadeiro efeito dominó que, se não for contido rápido, pode desmontar parte significativa da nossa já combalida rede de saúde.
Padilha, que conhece o SUS como poucos — afinal, já comandou a pasta —, deve estar sentindo na pele a pressão. A situação é tão grave que não dá mais pra empurrar com a barriga.
E olha, não é exagero meu não: algumas unidades já estão literalmente na UTI financeira, prestes a fechar as portas. Imagina o caos que seria se isso acontecesse em pleno 2024?
O que Esperar?
Bom, o que me contam é que Alckmin saiu da reunião determinado a encontrar uma solução. Mas entre a intenção e o gesto concreto, sabemos que existe um oceano de burocracia e complexidade.
O certo é que as Santas Casas não podem esperar. E os milhões de brasileiros que dependem deles, muito menos.
Resta torcer — e cobrar — para que dessa vez saia do papel mais do que boas intenções. Porque o que está em jogo, no fim das contas, são vidas. E essas, infelizmente, não têm preço na planilha, mas têm um valor incalculável na prática.