
Eis que a poeira baixa em São Bernardo do Campo, e a cidade ganha uma nova cara no comando. Jessica Cormick, até então vice-prefeita, pegou o bastão que — digamos — não esperava segurar tão cedo. O motivo? O afastamento do prefeito Marcelo Lima, que deixou o cargo em circunstâncias que ainda rendem conversa nos botecos da região.
Não foi um "e agora, José?" qualquer. Jessica, que já tinha os pés fincados na administração pública, assumiu com uma mistura de pragmatismo e aquela energia de quem sabe que o timing é tudo. "A cidade não pode parar", disse ela, num tom que misturava determinação com um suspiro quase imperceptível.
O que muda (e o que fica)
Os holofotes agora estão voltados para ela — e como! A nova prefeita (sim, já pode chamar assim) herdou não só a cadeira, mas um quebra-cabeça de desafios: da saúde pública que sempre puxa o saco de qualquer gestor até aquela velha discussão sobre mobilidade urbana que nunca sai de moda.
Curiosamente, Jessica não é nenhuma novata nesse baile. Antes de ser vice, já tinha passado por secretarias e sabe como ninguém os atalhos e becos sem saída da máquina pública. "Conheço cada parafuso dessa engrenagem", brincou em tom seco durante uma coletiva — aquela piada que não é bem piada.
E o povo, o que acha?
Nas redes sociais, a divisão é clara como cachaça de alambique: tem quem comemore a chegada de "sangue novo" (mesmo ela não sendo exatamente uma desconhecida) e quem já esteja de olho no calendário, contando os dias para as próximas eleições. "Pelo menos é mulher", comentou uma senhora no mercado municipal, entre um abacate e outro — porque no Brasil até mudança de gestão vira conversa de feira.
Enquanto isso, Marcelo Lima — o ex-prefeito — mantém um silêncio que fala volumes. Nada de despedidas emocionadas ou justificativas públicas. Apenas aquele vácuo que sempre aparece quando a política dá uma dessas viradas de mesa.
Uma coisa é certa: São Bernardo do Campo acordou diferente hoje. Resta saber se essa mudança vai ficar só no papel ou se vai botar a mão na massa — literalmente, considerando o tanto de obra parada que tem por aí.