
Eis que, quando ninguém esperava, a Câmara Municipal de São Paulo decidiu dar uma aprovação silenciosa para uma viagem nada modesta. Dez dias na China, tudo pago com o suado dinheiro do contribuinte. A votação aconteceu na última quarta-feira (20) e passou batida por quase todo mundo — convenhamos, não é exatamente o tipo de coisa que costumam gritar aos quatro ventos.
O projeto de decreto legislativo que autorizou a viagem foi aprovado de forma simbólica. Nem precisa dizer que não houve muito debate, né? A justificativa oficial é de que a comitiva — composta por cinco vereadores — vai participar de um evento sobre cidades inteligentes em Xangai. Mas sério, será que precisavam de dez dias longe do plenário para isso?
O valor exato da viagem? Ah, isso a gente não sabe. A assessoria da Casa evitou dar números, claro. Disse apenas que os custos serão cobertos pela verba de transporte, hospedagem e alimentação dos parlamentares. Conveniente, não?
Quem são os sortudos?
Na lista dos que embarcam para a China estão:
- Milton Leite (União Brasil), o presidente da Casa
- Eduardo Tuma (PSDB)
- Rinaldi Digilio (Republicanos)
- Noemi Nonato (PL)
- Professor Claudio Fonseca (PSC)
Parece até aqueles grupos escolares que todo mundo queria participar, mas só alguns eram escolhidos. A diferença é que aqui quem paga a conta somos nós.
O mais curioso é que a viagem foi aprovada no mesmo dia em que outro projeto, bem mais polêmico, gerou uma baita discussão sobre aumento de verba de gabinete. Coincidência? Difícil acreditar.
E o povo, fica sabendo como?
Pois é. A informação só veio à tona porque alguém resolveu perguntar. A assessoria da Câmara confirmou a viagem, mas detalhes? Zero. Nem valor, nem programação completa, nem critérios para escolha dos participantes. Transparência que chama, né?
Enquanto isso, nas redes sociais, o povo não perdoa. "Vão aprender o que na China? Como criar restrição à internet?", provoca um. "Dez dias é pouco, ficavam um mês", ironiza outro. O clima nas comentários é de quem já cansou de ver esse tipo de "jabuticaba" política.
No fim das contas, mais uma vez sobram perguntas sem resposta. Será que essa viagem vai trazer algum benefício real para São Paulo? Ou é só mais um passeio turístico disfarçado de missão oficial? O tempo — e talvez as notas fiscais — dirão.