
Não é de hoje que o clima entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSDB) parece mais tenso do que um fio de cabelo esticado. E a última cena dessa novela pernambucana aconteceu durante um evento com o presidente Lula — ou melhor, na ausência de um dos personagens principais.
Enquanto Lula discursava sobre obras no Recife, o prefeito da capital, João Campos, soltou uma daquelas frases que parecem inocentes, mas têm gosto de veneno político: "É importante ter todos os entes federativos presentes". Traduzindo para o português claro: cadê a governadora?
O jogo de cena que virou jogo de xadrez
Raquel Lyra, que está no meio de uma crise hídrica no estado, justificou que tinha compromissos anteriores. Mas convenhamos — na política, desculpas são como guarda-chuvas furados: até servem, mas todo mundo sabe que não resolvem o problema.
O detalhe é que:
- Lula anunciou R$ 2,8 bilhões para obras no Recife
- O evento aconteceu no Marco Zero, local simbólico da cidade
- Estavam presentes ministros e outras autoridades
E a governadora? Bem, segundo fontes próximas, ela estava mesmo com a agenda cheia — mas será que não dava para rearranjar? Na política, como no amor, quem não aparece é substituído.
O que dizem os bastidores
Entre um cafezinho e outro, os assessores sussurram que essa não é a primeira rusga entre os dois. João Campos, que herdou o eleitorado do pai, Eduardo Campos, parece não engolir a ascensão de Raquel Lyra — uma tucana no comando de um estado tradicionalmente socialista.
E olha que a coisa tá feia:
- Há rumores de desentendimentos sobre a gestão da crise hídrica
- O governo estadual e a prefeitura disputam protagonismo
- As redes sociais viraram campo de batalha indireta
Como dizem os mais velhos: "quando a esmola é demais, o santo desconfia". E no caso dessa relação, parece que o santo tá mais desconfiado que fiscal de loteria.
E agora, José?
Enquanto isso, a população fica no meio do fogo cruzado. De um lado, um prefeito jovem e com ambições nacionais. Do outro, uma governadora tentando consolidar sua base. No meio, Lula — que sabe melhor do que ninguém como usar esses joguinhos políticos a seu favor.
Uma coisa é certa: em Pernambuco, o calor não vem só do sol. E se continuar assim, o termômetro político vai explodir antes do próximo verão.