Campinas 2026: Orçamento de R$ 1,17 bi privilegia Educação e Saúde, mas Cultura e Habitação perdem espaço
Campinas: Orçamento de R$ 1,17 bi para 2026

Eis que Campinas finalmente revela suas cartas para o ano que vem. A prefeitura acaba de apresentar a proposta orçamentária de 2026, e os números são... bem, digamos que reveladores. Um montante de R$ 1,17 bilhão está sobre a mesa, mas a distribuição deixou alguns setores com sorrisos largos e outros mordendo os lábios.

Educação e Saúde, como era de se esperar, continuam sendo os queridinhos do baile. Sozinhos, eles abocanham quase metade de todo o dinheiro disponível — algo em torno de 46%, para ser mais exato. Parece muito? Talvez. Mas será suficiente para atender todas as demandas de uma cidade que não para de crescer? Aí já é outra conversa.

Onde o dinheiro realmente vai parar

Detalhando um pouco mais: Educação deve receber R$ 348,9 milhões, enquanto Saúde fica com R$ 189,8 milhões. São valores impressionantes, sem dúvida. Mas o que me preocupa — e muito — são os cortes em áreas que, convenhamos, são essenciais para a qualidade de vida da população.

Cultura, por exemplo, levou uma facada. Caiu de R$ 14,5 milhões para apenas R$ 3,8 milhões. Uma redução de quase 74%! É como se alguém tivesse fechado a torneira de repente. E Habitação, outro setor crítico numa cidade com déficit habitacional, também perdeu espaço — de R$ 10,4 milhões para R$ 4,5 milhões.

O jogo político por trás dos números

O prefeito Dário Saadi defende a proposta com unhas e dentes. Segundo ele, o orçamento "reflete o compromisso com as áreas mais sensíveis para a população". Justo. Mas será que Cultura e Habitação não são igualmente sensíveis? Às vezes tenho a impressão de que certos setores são tratados como luxo, não como necessidade.

E não vamos esquecer que 2026 é ano eleitoral. Coincidência? Difícil acreditar. Os investimentos em Educação e Saúde sempre soam bem nos discursos — são praticamente imbatíveis nas pesquisas de opinião.

E as outras pastas? Como ficam?

Algumas surpresas positivas aparecem no meio do caminho. Assistência Social, por exemplo, teve um aumento considerável — de R$ 42,3 milhões para R$ 60,8 milhões. Um alívio para quem mais precisa do poder público.

  • Urbanismo salta de R$ 26,4 milhões para R$ 40,3 milhões
  • Governo e Planejamento praticamente dobram: de R$ 24,5 milhões para R$ 48,8 milhões
  • Já Obras... bem, essas caíram de R$ 26,4 milhões para R$ 17,5 milhões

O projeto agora segue para a Câmara Municipal, onde os vereadores certamente farão suas próprias apostas e emendas. A briga pelo dinheiro público promete — e como!

No final das contas, orçamento é sempre uma questão de escolhas. Escolhemos investir aqui e cortar ali. O que me pergunto é: será que estamos fazendo as escolhas certas? Só o tempo — e a aplicação prática desses recursos — poderá responder.