O cenário político de Teresina virou de cabeça para bairo nesta segunda-feira. E não foi pouco não — o Tribunal de Justiça do Piauí simplesmente chutou o balde e cassou os mandatos de três vereadores da capital, junto com seus suplentes. A decisão, que pegou todo mundo de surpresa, tem um gosto amargo de justiça sendo feita, mas também deixa aquela pulga atrás da orelha: até quando essas coisas vão continuar acontecendo?
Os alvos da vez são os vereadores Charles Silva (PSDB), Júlio César (Republicanos) e Edson Ferreira (PSD). A história é daquelas que a gente já conhece, infelizmente. Segundo os desembargadores, a turma estava metida até o pescoço em um esquema bem criativo — para não dizer outra coisa — de diárias fantasmas.
O pulo do gato nas diárias
Presta atenção que a coisa é mais embaçada do que parece. Os caras simplesmente inventaram compromissos oficiais que nunca existiram. Fingiam que estavam trabalhando em comissões aqui, reuniões acolá, e sacavam o dinheiro público como se fosse água. O pior? Os suplentes também estavam na jogada, dividindo a farra do erário.
O desembargador Ronaldo Araújo, que relatou o processo, foi direto ao ponto: "Configurado o desvio de finalidade na utilização de verba pública, não há como manter os mandatos". Traduzindo: pegaram no pulo, e agora é rua.
E agora, José?
Com a cassação, a Câmara Municipal de Teresina vai ter que se reorganizar completamente. Os suplentes que assumiriam — e que também foram pegos na roubada — agora dão lugar aos próximos da lista. É aquela velha história: quando um pega cana, outro bota o pé na estrada. Só que nesse caso, a cadeira fica vaga mesmo.
O que me deixa pensativo é que casos como esse se repetem mais do que capítulo de novela. A população fica ali, assistindo tudo de camarote, enquanto o dinheiro que deveria ir para saúde, educação e segurança some no bolso de alguns espertalhões.
O recado da Justiça
Parece que finalmente o sistema está começando a apertar os parafusos. Essa decisão do TJ-PI manda um recado claro: hora de colocar a casa em ordem. A operação foi deflagrada pelo Ministério Público, que vem fechando o cerco contra esse tipo de maracutaia política.
Enquanto isso, na rua, o cidadão comum segue pagando a conta. Literalmente. Resta torcer que essa limpeza continue — porque, convenhamos, tá precisando.
