
Eis que a coisa ficou séria mesmo. A Suprema Corte dos Estados Unidos resolveu meter a colher num daqueles casos que prometem dar o que falar — e como!
O placar está armado: de um lado, Donald Trump, aquele sujeito que nunca sai dos holofotes. Do outro, Lisa Cook, uma economista que o presidente Joe Biden indicou para o Federal Reserve em 2022. E no meio, nove juízes que vão decidir uma questão que mexe com os alicerces do poder presidencial.
O que está em jogo aqui?
Basicamente, Trump alega — e isso é de lascar — que o presidente pode demitir diretores do Fed quando bem entender. Sim, você leu direito. Segundo essa interpretação, que beira o absurdo para muitos juristas, o mandato dos diretores não seria tão seguro assim.
Parece coisa de filme, não? Mas é a pura realidade. O ex-presidente recorreu após perder nas instâncias inferiores. Agora, a corte máxima vai ouvir os argumentos em dezembro — e a decisão só deve sair no meio do ano que vem.
Quem é Lisa Cook na parada?
Para entender a treta, precisa conhecer a personagem principal. Lisa Cook não é qualquer uma. Economista renomada, ex-assessora de Obama, professora em Michigan — a mulher tem currículo que impressiona. Sua nomeação foi histórica: primeira mulher negra no comitê de política monetária do Fed.
Mas Trump não gostou nem um pouco. Alegou que Biden excedeu sua autoridade. O detalhe é que o Senado confirmou Cook por 51 votos a 50 — com a vice-presidente Kamala Harris desempatando. Foi apertado, mas passou.
E agora o ex-presidente quer anular tudo isso. Ousadia ou exagero? Cada um que tire suas conclusões.
Por que isso importa para o mundo?
Pode parecer briga interna americana, mas a verdade é que o Fed mexe com o dinheiro de todo mundo. Suas decisões sobre juros afetam desde o real brasileiro até o preço do pão na padaria da esquina.
- Se Trump ganhar, futuros presidentes poderiam ameaçar diretores do Fed que não seguissem sua linha
- A independência do banco central — sagrada para muitos economistas — ficaria abalada
- Os mercados internacionais ficariam de cabelo em pé com tanta instabilidade
Não é exagero dizer que estamos falando de uma possível revolução na forma como o Fed funciona. E quando o Fed espirra, o mundo todo pega pneumonia, como bem sabemos nós, brasileiros.
O timing político
O caso chega à Suprema Corte num momento delicadíssimo. Trump lidera as pesquisas para as eleições de novembro. Se voltar à Casa Branca, uma vitória na corte daria a ele poder sem precedentes sobre a política monetária.
Coincidência? Difícil acreditar. Parece mais jogada de mestre do xadrez político.
Enquanto isso, Lisa Cook segue trabalhando — seu mandato vai até 2038, a menos que a corte dê razão a Trump. Imagina a tensão no ambiente de trabalho sabendo que seu cargo está sendo disputado nos tribunais?
O caso promete ser dos bons. De those que vão para os livros de história. E nós, aqui do Brasil, vamos acompanhando de camarote — torcendo para que não afete ainda mais nossa já combalida economia.