STJ bate recorde em 2025: mais de 500 mil novos processos recebidos
STJ recebe número recorde de processos em 2025

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou o ano de 2025 com um marco histórico e preocupante para o sistema judicial brasileiro. O tribunal registrou a entrada de 500.622 novos processos ao longo do ano, um número que estabelece um recorde e acende um alerta sobre a capacidade de resposta do Poder Judiciário.

Volume recorde e alerta do presidente

O ministro Herman Benjamin, presidente do STJ, não escondeu sua apreensão com os dados. Ele afirmou que a instituição atingiu um patamar ao qual não gostaríamos de ter chegado, destacando que a curva de crescimento é ascendente e traz motivos para preocupação. A declaração foi feita no contexto do balanço anual do tribunal, divulgado no final de dezembro de 2025.

Para lidar com a enxurrada de demandas, os ministros do STJ realizaram um esforço monumental de julgamento. No total, foram 771.418 julgamentos no período, uma cifra que inclui os recursos internos. Como resultado desse trabalho intenso, o tribunal conseguiu dar baixa em aproximadamente 512.000 processos.

Ritmo acelerado de trabalho

Os números revelam um ritmo de trabalho extremamente acelerado dentro da corte. Considerando uma jornada padrão de oito horas diárias durante cinco dias por semana, cada ministro do STJ precisou proferir, em média, 6,15 decisões por minuto para dar conta do volume.

Essa estatística ilustra de forma clara a pressão sob a qual opera o tribunal, que atua como uma instância fundamental para a uniformização da interpretação da lei federal em todo o país. O acúmulo de casos coloca em evidência os desafios estruturais enfrentados pelo Judiciário em sua totalidade.

Desafios para o futuro do Judiciário

O recorde de processos no STJ em 2025 não é um fato isolado, mas sim um sintoma de uma tendência de crescimento contínuo na litigiosidade no Brasil. Esse cenário impõe reflexões urgentes sobre a eficiência e a modernização da Justiça.

As declarações do ministro Herman Benjamin servem como um chamado para que sejam discutidas e implementadas soluções que possam aliviar a carga sobre os tribunais. O debate envolve desde a ampliação de mecanismos alternativos de solução de conflitos até investimentos em tecnologia e em pessoal, visando garantir que o direito à tutela jurisdicional efetiva seja preservado para todos os cidadãos.