STF mantém prisões de Bolsonaro e aliados após audiência de custódia
STF mantém prisões de Bolsonaro e aliados

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter as prisões do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais cinco condenados do chamado Núcleo 1 da trama golpista durante audiências de custódia realizadas nesta quarta-feira, 26 de novembro de 2025.

Detalhes das audiências de custódia

As audiências foram conduzidas por videoconferência diretamente dos locais onde os réus estão presos, sob a presidência de um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. O procedimento foi determinado pelo próprio ministro para cumprir formalidades legais exigidas pelo sistema judiciário brasileiro.

Na terça-feira, um dia antes das audiências, o ministro Alexandre de Moraes já havia rejeitado os últimos recursos apresentados pelos acusados contra as condenações, determinando imediatamente o início do cumprimento das penas. As atas completas das audiências de custódia ainda não foram divulgadas oficialmente pelo STF.

Penas e locais de prisão dos condenados

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República, recebeu a pena mais severa: 27 anos e três meses de prisão. Ele está detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022, foi condenado a 26 anos de reclusão e cumpre pena na Vila Militar no Rio de Janeiro.

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, recebeu sentença de 24 anos e está preso nas instalações da Estação Rádio da Marinha em Brasília.

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal, também foi condenado a 24 anos de prisão. Ele está detido no 19º Batalhão de Polícia Militar do DF, localizado no Complexo Penitenciário da Papuda.

Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), recebeu pena de 21 anos e cumpre prisão no Comando Militar do Planalto (CMP) em Brasília.

Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa, foi condenado a 19 anos de reclusão e também está detido no Comando Militar do Planalto.

Único foragido do grupo

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão, mas encontra-se foragido em Miami, nos Estados Unidos. O mandado de prisão contra ele será incluído no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP) para facilitar sua captura internacional.

O caso representa um marco na história jurídica brasileira, com a condenação e prisão de um ex-presidente da República e seus principais aliados por envolvimento em tentativas golpistas contra a democracia nacional.