
Não foi dessa vez que Carla Zambelli escapou da condenação. O Supremo Tribunal Federal (STF), em uma decisão que já estava no radar dos políticos e juristas há semanas, finalmente selou o destino da deputada. Mas olha só que coisa: enquanto a maioria dos ministros apertou o botão da condenação, Nunes Marques resolveu nadar contra a corrente.
O ministro, conhecido por suas posições que muitas vezes surpreendem até os colegas de toga, foi o único a levantar a bandeira da absolvição. "Tem horas que a gente tem que olhar para além dos holofotes", disse ele durante o julgamento, num tom que misturava convicção e um certo cansaço. Mas, convenhamos, não adiantou muito.
O placar que não engana
Quando a contagem final apareceu no placar eletrônico do STF, ficou claro que a opinião de Nunes Marques não tinha pegado carona nos outros votos. A maioria — e que maioria! — entendeu que Zambelli tinha mesmo pisado na bola, e como. O decoro parlamentar, aquela linha tênue que separa o aceitável do inaceitável no Congresso, foi o grande protagonista da sessão.
Os detalhes do caso? Bem, a gente sabe como é: quando política e direito se misturam, a história sempre fica mais complicada. A deputada foi acusada de — como dizem por aí — "excesso de zelo" durante um episódio que envolveu um suposto ativista. Só que, pelo visto, o STF considerou que esse zelo todo ultrapassou os limites do razoável.
O voto solitário que deu o que falar
Nunes Marques, com aquela calma que só os bons juristas têm, defendeu até o fim sua posição. No seu entender — e ele deixou isso bem claro nos 45 minutos de argumentação —, o caso não passava de "tempestade em copo d'água". Mas convencer os outros ministros? Difícil, muito difícil.
"Às vezes a gente fica tão focado na árvore que esquece de ver a floresta", disparou ele, numa daquelas metáforas que fazem os repórteres correrem para anotar. Só que, pelo visto, os colegas estavam mais preocupados com a árvore mesmo — e ela estava cheia de frutos podres, na visão deles.
O que vai acontecer agora com Zambelli? Bom, aí já é outra história. A condenação pelo STF não significa o fim da linha, mas com certeza coloca um enorme ponto de interrogação na carreira política dela. Enquanto isso, Nunes Marques segue sendo aquele ministro que não tem medo de ser minoria — e isso, convenhamos, pelo menos dá um tempero a mais nos julgamentos.