
Que cena, hein? Enquanto a carta de demissão já estava assinada e pronta para ser entregue, o ministro do Turismo, Daniela do Waguinho, digo, Celso Sabino aparecia sorridente ao lado do presidente Lula. A vida política brasileira nunca decepciona quando o assunto é teatro.
O evento era no Palácio do Planalto, essa quarta-feira. E Sabino lá estava, firme e forte, participando da cerimônia de lançamento do programa Economia da Cultura. Parece que ninguém tinha avisado que ele tecnicamente já era um ministro em fim de carreira.
"O partido não vai me afastar do povo"
Ah, a frase que rende. Enquanto conversava com jornalistas, Sabino soltou essa pérola que já soa como campanha eleitoral antecipada. "O partido não vai me afastar do povo", declarou, com aquele ar de quem sabe exatamente o que está fazendo.
Mas calma lá, a história tem mais camadas que cebola. O PDT, partido do ministro, havia decidido sair do governo. E Sabino, bem, ele optou por seguir a orientação partidária. Pelo menos oficialmente.
Timing é tudo na política
O que mais chama atenção aqui é o sincronismo — ou a falta dele. A carta de demissão já estava redigida, mas o ministro ainda circulava pelos corredores do poder como se nada estivesse acontecendo. Coisas do Brasil, meu amigo.
Lula, por sua vez, parecia completamente à vontade com a situação. Recebeu o ministro como se fosse mais um dia normal no Planalto. Será que já sabia de tudo? Ou essa é apenas mais uma daquelas danças políticas que nós, meros mortais, nunca entenderemos completamente?
E agora, José?
O futuro de Sabino? Ele mesmo deu a dica: "Vou continuar trabalhando pelo Brasil, agora de outra forma". Soa familiar, não? Aquele discurso pronto para quem está saindo pela porta dos fundos mas quer deixar a impressão que está saindo pela porta da frente.
O PDT saindo do governo, Sabino saindo do ministério, mas todos ainda se encontrando em eventos públicos. A política, como diria um sábio, é a arte do possível — e do contraditório também.
Enquanto isso, nos bastidores, a pergunta que não quer calar: quem vai assumir a pasta do Turismo? As apostas estão abertas, mas essa é uma conversa para outro dia.
Uma coisa é certa: em Brasília, as despedidas nunca são definitivas. São apenas até a próxima crise, o próximo acordo, ou a próxima foto ao lado do presidente.