O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tomou uma decisão nesta quinta-feira que está sendo interpretada como um possível indicativo sobre o futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro. O magistrado autorizou uma lista extensa de visitas ao ex-mandatário, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto em sua residência em Brasília.
Lista de visitantes inclui importantes aliados políticos
Entre os treze políticos que receberam autorização do ministro para visitar Bolsonaro, destacam-se nomes de grande relevância no cenário político nacional. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, está na relação, assim como o deputado federal Guilherme Derrite do PP-SP.
Também foram incluídos na lista Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro pelo PL, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás pelo União Brasil. A diversidade de partidos representados mostra a ampla base de apoio que Bolsonaro ainda mantém.
Datas das visitas sugerem cronograma decisivo
As visitas autorizadas por Moraes estão programadas para ocorrer entre 24 de novembro e 11 de dezembro. Este período específico chama a atenção dos analistas políticos, pois antecede datas cruciais no processo judicial do ex-presidente.
Na próxima terça-feira, dia 18, a Primeira Turma do STF deve concluir o julgamento dos recursos apresentados pela defesa de Bolsonaro. O ex-presidente foi condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, e a decisão da próxima semana pode determinar o início do cumprimento da pena em regime fechado.
Possíveis cenários após o julgamento
Caso os recursos sejam rejeitados pelo Supremo, a defesa de Bolsonaro ainda terá uma última cartada para tentar adiar a transferência para o regime fechado. Os advogados poderão apresentar embargos infringentes, aproveitando o voto divergente do ministro Luiz Fux no julgamento da Primeira Turma.
Esta estratégia poderia prolongar temporariamente a permanência do ex-presidente na prisão domiciliar, mas especialistas alertam que seria apenas um adiamento, não uma solução definitiva para evitar a prisão em regime fechado.
A decisão de Moraes em autorizar visitas até meados de dezembro é vista como uma sinalização de que o ministro antevê a possibilidade de Bolsonaro ser transferido para o sistema prisional comum ainda este ano, daí a importância de permitir que receba visitas de aliados neste período considerado crucial.