
Eis que o Supremo Tribunal Federal resolveu sair do script tradicional e organizou um encontro que misturou togas, celulares e muito humor. Numa dessas coincidências que parecem roteiro de sitcom, o ministro Alexandre de Moraes esbarrou com o humorista Mizael durante um evento sobre democracia digital — e o papo, ao contrário do que se poderia esperar, não teve aquele clima de interrogatório.
O evento, que reuniu criadores de conteúdo e figuras do judiciário, foi uma daquelas raras ocasiões onde o formal e o despojado dividiram o mesmo espaço. Moraes, geralmente associado a decisões polêmicas, mostrou um lado menos conhecido: o de debatedor disposto a ouvir críticas e piadas — estas últimas cortesia de Mizael, que não perdeu a chance de aliviar a tensão com seu humor característico.
O que rolou no encontro?
Entre um café e outra selfie (sim, até ministro tira foto com influencer), os participantes discutiram como as redes sociais podem ser aliadas — ou inimigas — da democracia. Mizael, que já foi alvo de processos judiciais por suas sátiras, ironizou: "Doutor, se eu fizer uma piada agora, já conta como depoimento?". Risadas garantidas, inclusive — pasmem — do próprio ministro.
Detalhe curioso: o humorista aproveitou para elogiar a iniciativa do STF de dialogar com quem entende do assunto — no caso, quem vive diariamente o turbilhão das redes. "Melhor do que discutir internet sem nunca ter postado um story", brincou, numa clara alusão a certos políticos que legislam sobre o tema sem entender hashtags.
E as polêmicas?
Ninguém esperava que o assunto eleições e fake news ficasse de fora, não é mesmo? Moraes reiterou posições já conhecidas, mas com um tom mais didático do que o habitual. Já Mizael, entre uma piada e outra, soltou pérolas como: "Tem gente que compartilha notícia falsa com mais convicção do que eu tenho na minha carreira" — crítica disfarçada de stand-up que rendeu aplausos.
O evento, que poderia ter sido mais um chá de cadeira burocrático, acabou mostrando que até nos corredores do poder há espaço para descontração — desde que, claro, sem perder o foco nas discussões sérias. Resta saber se esse diálogo incomum entre justiça e humor vai render frutos ou memes. Ou ambos.