
Não é todo dia que se vê dois ministros do Supremo Tribunal Federal ecoarem a mesma convicção com tanta clareza. Aconteceu nesta sexta-feira (23), num daqueles eventos que, de repente, deixa todo mundo prestando atenção. André Mendonça e Alexandre de Moraes — sim, esses mesmos — subiram ao palco do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e não deixaram margem para dúvidas.
A mensagem era cristalina, quase um sinal de alerta: a independência do Judiciário não é uma sugestão, é condição sine qua non para o país continuar respirando sob um Estado Democrático de Direito. E olha, a forma como eles disseram isso não foi nada mecânica — foi com a ênfase de quem sabe que o assunto é mais do que urgente.
Um discurso, duas vozes, um só princípio
Mendonça, com aquela tranquilidade que lhe é característica, foi direto ao ponto. Para ele, a autonomia judicial precisa ser defendida “de forma veemente”. Não deu pra disfarçar: a fala dele carregava um tom quase pedagógico, como quem lembra que sem isso, tudo mais desmorona.
Já Moraes — conhecido pelo estilo incisivo — não fez rodeios. Disse que a independência do Judiciário é “fundamental” para a democracia. Mas não parou aí. De quebra, criticou sem meias palavras o que chamou de “narrativas de ódio” e ataques às instituições. Alguém duvida?
O pano de fundo: não é só discurso
O evento não foi à toa. Rolou no Seminário Internacional sobre Independência Judiciária, organizado pelo CNJ, e contou com a presença de pesos-pesados do direito — nacionais e internacionais. Não era um papo de bastidor; era statement mesmo.
E se tem uma coisa que ficou clara é o seguinte: a preocupação com a autonomia do Judiciário não é teoria. É prática pura, do tipo que define rumos. Ambos os ministros lembraram que, sem um Judiciário livre de pressões, a própria noção de justiça perde o sentido. E aí, meu amigo, é um caminho sem volta.
Não à toa, Moraes ainda enfatizou a necessidade de “combater fake news” e “proteger democracias”. Coisa séria, pra não dizer óbvia — mas que, pelos visto, ainda precisa ser dita.
Enfim, o recado foi dado — e com a autoridade de quem está dentro do sistema. Resta saber quem, de fato, vai ouvir.