Hilton Coelho alerta sobre intolerância política e exalta lideranças sociais na Bahia
Hilton Coelho fala sobre intolerância política na Bahia

Não é de hoje que a política virou um campo minado — e Hilton Coelho (PSOL-BA) sabe disso como poucos. Numa fala que mistura indignação e esperança, o deputado baiano espetou o dedo na ferida: "Estamos perdendo a capacidade de ouvir", disparou, enquanto ajustava os óculos com aquela cara de quem já viu muito barco afundar por causa de discussão tola.

Numa entrevista que mais pareceu um desabafo, ele pintou um retrato nada bonito do momento atual: debates que mais parecem rinhas de galo, ataques pessoais disfarçados de argumentos, e uma certa preguiça de pensar fora da caixa. "Tá todo mundo com os neurônios travados", resumiu, sem papas na língua.

Do outro lado da moeda

Mas não foi só crítica. Coelho — que tem um histórico de militância que vai muito além dos plenários — fez questão de destacar o trabalho de lideranças comunitárias. Gente que resolve problema no dia a dia, muitas vezes sem holofote ou verba pública. "Enquanto a gente fica brigando no Twitter, tem mulheres no Subúrbio Ferroviário organizando sopão pra quem tem fome", comparou, com a voz carregada de admiração.

E aqui vai um detalhe que faz diferença: o parlamentar não tá falando de teoria. Ele mesmo já rodou por quebradas da capital baiana, viu de perto como a política real acontece longe dos gabinetes. "Tem menino de 17 anos articulando mutirão de limpeza enquanto deputado aposentado não sabe nem o nome do bairro onde mora", soltou, num misto de orgulho e revolta.

O X da questão

O cerne do problema? Segundo ele, uma confusão perigosa entre divergência e inimizade. "Discordar virou sinônimo de declarar guerra", lamentou, lembrando que até família tá se desentendindo por causa de posicionamento político. E olha que ele nem mencionou os grupos de WhatsApp — aqueles verdadeiros campos de batalha onde tiozão e sobrinha travam duelos épicos antes do café da manhã.

O recado final do deputado foi claro como água de coco no Farol da Barra: precisamos resgatar a arte do diálogo. Mas não aquele papo furado de "vamos todos nos amar" — e sim uma conversa franca, onde as diferenças não sejam varridas pra debaixo do tapete, mas encaradas de frente. Como diria o velho ditado baiano: "Quem não sabe brigar, não sabe fazer paz".