
O jogo político em Brasília segue mais complexo do que partida de xadrez em dia de chuva. Enquanto o deputado Rodrigo Motta (PL-MG) — aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — faz movimentos de aproximação com o Planalto, o governo Lula mantém sua posição firme: não há mudança na avaliação sobre o comando da Casa.
"É como dançar tango com alguém que pisa no seu pé", comentou um assessor presidencial sob condição de anonimato. "Tem gestos, mas não muda a música."
Os sinais e os ruídos
Na terça-feira (23), Motta — que coordena a bancada governista na Câmara — deu declarações que poderiam ser lidas como um aceno. Disse que o governo "precisa conversar mais" com Lira. Mas será que isso significa algo?
Pelos corredores do Congresso, a impressão é que não. O Planalto continua vendo o presidente da Câmara como peça difícil no tabuleiro. E olha que não faltam problemas para resolver: da reforma tributária à nova âncora fiscal.
O que dizem os números
Das 40 matérias prioritárias do governo:
- Apenas 12 avançaram significativamente
- 18 estão emperradas na Câmara
- 10 nem saíram do papel
"Tá parecendo fila de banco em dia de pagamento", brincou um deputado da base, antes de completar: "Só que aqui ninguém sabe quando vai ser atendido".
E agora?
Enquanto isso, Lira segue seu jogo. Na semana passada, evitou críticas diretas ao governo, mas deixou claro: "Cada um tem seu ritmo". Traduzindo? O Planalto pode esperar.
O que ninguém duvida é que essa relação vai continuar dando o que falar. Afinal, em Brasília, até o silêncio faz barulho.