Fachin e Gilmar Mendes: Elogios à Democracia e Superação de Desavenças no STF
Fachin e Gilmar: reconciliação e democracia no STF

O clima no Supremo Tribunal Federal anda mesmo surpreendente. Quem diria que em meio a tantas turbulências políticas, a gente ainda pudesse testemunhar cenas de... como dizer? Civilidade? Talvez seja isso.

O ministro Edson Fachin, sempre tão ponderado em suas declarações, resolveu puxar o fio da memória institucional. E fez questão de destacar — com aquela ênfase característica — o trabalho do colega Luis Roberto Barroso. Não foi qualquer elogio, não. Fachin foi direto ao ponto: a contribuição de Barroso para o fortalecimento da democracia brasileira é, nas suas palavras, "indiscutível".

Um tribunal em transformação

O interessante é observar como as relações dentro do STF evoluem. Lembram daqueles desentendimentos públicos entre Gilmar Mendes e Fachin? Pois é, parecia que o clima nunca mais iria melhorar. Mas a vida — e a política — sempre nos reserva surpresas.

Gilmar, com aquela sua maneira peculiar de ser, foi categórico: "não guardo mágoas". Simples assim. Parece até fácil, mas sabemos que não é. Num ambiente tão carregado de egos e pressões, superar desavenças exige mais do que boa vontade — exige, digamos, certa grandeza de espírito.

O peso das palavras

O que me chama atenção nesse episódio todo é o timing. Num momento em que a democracia brasileira parece andar de lado — quando não dá alguns passos para trás —, ouvir ministros do Supremo falando em contribuições democráticas soa quase como um alívio. Será que estamos virando a página? Bom, eu não apostaria todas as minhas fichas, mas é um começo.

Fachin, sempre o professor, não perde a oportunidade de dar uma aula. Suas referências à trajetória de Barroso não são meros cumprimentos protocolares. Elas carregam um significado profundo — quase um recado para quem ainda duvida da importância do STF como guardião da Constituição.

E Gilmar? Bem, o ministro mostrou que sabe virar a página quando necessário. "Não guardar mágoas" pode parecer pouco, mas num país onde as rusgas políticas viram feridas abertas por décadas, é quase revolucionário.

O que fica disso tudo?

Olha, eu tenho minhas dúvidas sobre reconciliações em Brasília — a cidade é especialista em criar intrigas duradouras. Mas confesso que fiquei um tanto esperançoso. Quando figuras públicas de peso resolvem enterrar o machado da guerra, mesmo que parcialmente, algo de bom pode surgir.

O Supremo, como instituição, só tem a ganhar. E a democracia também. Porque no fim das contas, são essas pequenas demonstrações de maturidade política que nos impedem de descambar para o caísmo completo.

Resta saber se esse espírito de conciliação vai pegar. Brasília é terra de ventos cambiáveis, e as reconcilições de hoje podem virar as desavenças de amanhã. Mas por enquanto, fica o registro: houve gestos de paz no STF. E num Brasil tão dividido, isso já é alguma coisa.