
O silêncio do governo ecoou pelos corredores do Congresso nesta quarta-feira. Enquanto isso, na Comissão de Constituição e Justiça, uma decisão no mínimo curiosa tomava forma - e ninguém do Planalto pareceu disposto a quebrar o mutismo.
A coisa é séria, vou te contar. A CCJ, aquela comissão que todo mundo sabe ser crucial para destravar ou engavetar processos, decidiu sustar a ação penal contra o deputado André Janones. E olha que o caso já tinha até parecer favorável do relator, o deputado Bibo Nunes.
O jogo político por trás do silêncio
Parece jogo de xadrez, mas é política pura. O governo, que normalmente não hesita em se manifestar, dessa vez ficou mudo. Calado feito porteiro de cemitério à meia-noite. E a pergunta que não quer calar: por que?
O caso em si já é uma novela. Janones, você deve lembrar, é acusado de supostamente incitar invasões a propriedades rurais durante aqueles eventos turbulentos de 2022. A ação penal corre na 1ª Vara Criminal de Uberlândia, mas agora depende do aval da CCJ para seguir adiante.
Os bastidores que explicam (ou não) o mutismo
Bibo Nunes, do PL, deu parecer pela admissibilidade. Traduzindo: ele acha que o processo tem que ir em frente. Mas aí a CCJ trava tudo. E o governo? Nada. Absolutamente nada.
Será que é medo de queimar o filme com a base aliada? Janones, afinal, tornou-se peça importante no tabuleiro governista. Ou será estratégia calculada, esperando as águas baixarem?
O fato é que a situação deixou muitos com a pulga atrás da orelha. Quando o Planalto se cala em momentos assim, a gente sabe que tem coisa rolando nos bastidores. Política não dá ponto sem nó, como diz minha avó.
E agora, o que esperar?
Com a decisão da CCJ, o processo fica suspenso. Congelado. Enquanto isso, em Uberlândia, a Justiça local deve estar se coçando para saber quando poderá retomar as investigações.
O governo continua na sua. O deputado Janones também não se manifestou - pelo menos não oficialmente. E o Congresso segue seu ritmo, que às vezes parece mais lento que fila de banco em dia de pagamento.
Uma coisa é certa: nesse xadrez político, cada silêncio vale mais que mil palavras. E o do governo, neste caso, está falando alto demais.