Foro Privilegiado e Anistia a 81: Câmara emperra e deixa pauta em suspense
Câmara não vota foro privilegiado nem anistia a multas eleitorais

Parece que Brasília está vivendo mais um daqueles dias em que o relógio anda, mas o plenário não engrena. Enquanto lá fora o sol torra o asfalto, dentro da Câmara o clima é de empurra-empurra legislativo. Os deputados — sabe como é — deixaram dois temas espinhosos mofando na gaveta: a reforma do foro privilegiado e a tal da anistia a 81 processos de multas eleitorais.

E olha que curioso: ninguém quer segurar esse rojão. Nem os governistas, que estão com a corda no pescoço nas pesquisas, nem a oposição, que prefere ficar no confortável "não fui eu". Resultado? A pauta virou um jogo de batata quente com direito a discursos inflamados e zero votação.

O xis da questão

Vamos por partes, que política no Brasil nunca foi linear:

  • Foro privilegiado: Aquela velha discussão sobre quem pode ou não ser julgado em instâncias especiais. Uns falam em "modernizar", outros em "acabar de vez" — e no meio disso, 513 deputados torcem o nariz.
  • Anistia eleitoral: Perdoar multas de partidos que erraram a mão na prestação de contas? Tem quem chame de "justiça" e quem grite "impunidade". Adivinha? Ninguém quer pagar o pato.

E enquanto isso, nos bastidores, rola aquela dança das cadeiras típica de ano eleitoral. Líderes partidários fazem contas (não necessariamente as eleitorais) e descobrem que, ora bolas, mexer nesses vespeiros pode custar caro nas urnas.

E agora, José?

O calendário não perdoa. Com as eleições municipais se aproximando mais rápido que chuva de verão, cada dia de atraso significa menos chance de esses projetos verem a luz do dia. Alguns analistas já dão como certa a estratégia do "deixa pra depois" — afinal, quem em sã consciência peitaria esses temas no calor das campanhas?

Mas tem um detalhe que não sai da cabeça: enquanto o Congresso empaca, a Justiça Eleitoral segue trabalhando. E aquelas multas? Continuam lá, pingando juros e virando dor de cabeça para quem deveria estar focado em promessas de campanha.

Pois é. Mais um capítulo da nossa política que parece saído de novela das nove — cheio de suspense, mas sem previsão de desfecho. Fica a pergunta no ar: será que algum valente vai peitar o debate antes que o trem da legislatura passe de vez?