
Numa das falas mais contundentes dos últimos tempos, o ministro Luís Roberto Barroso saiu em defesa do Supremo Tribunal Federal com a convicção de quem não tem dúvidas sobre o caminho trilhado. E olha que não foram poucas as críticas recebidas pela Corte nos últimos anos – mas Barroso, conhecido por não fugir do debate, enfrentou a questão de frente.
"O Supremo cumpriu seu dever institucional", afirmou ele, sem rodeios. "Quando tudo parecia desmoronar, alguém precisava segurar as pontas." A referência? Aqueles momentos tensos, daqueles que deixam qualquer cidadão de cabelo em pé, onde a democracia brasileira balançou nas estruturas.
O peso das decisões
Barroso não ignora – longe disso – que muitas das medidas adotadas pelo STF geraram polêmica. Mas faz questão de lembrar: "Em situações excepcionais, medidas excepcionais se tornam necessárias". Ele fala com a calma de quem já viu de tudo um pouco na vida pública brasileira.
E que situações foram essas? Bem, todos nós sabemos – aqueles períodos onde o noticiário político mais parecia um roteiro de filme catastrófico. O ministro defende que, sem a atuação firme do Supremo, o estrago poderia ter sido muito maior.
Críticas e autocrítica
Não pense que Barroso simplesmente descarta as vozes contrárias. Pelo contrário – ele as reconhece, mas com um argumento que parece saído diretamente de um manual de ciência política: "Em uma democracia madura, divergências são saudáveis". O problema, segundo ele, é quando a crítica vira ataques pessoais ou tentativas de deslegitimar instituições.
Curiosamente, ele admite que nem todas as decisões foram perfeitas. "Somos humanos, sujeitos a erros", concede, mostrando uma rara humildade no meio jurídico. Mas defende que o saldo final foi positivo – essencial, até.
O futuro da democracia
Para Barroso, o importante agora é olhar para frente. "O momento exige união em torno dos princípios democráticos", reflete. Ele vê o Brasil num ponto de virada – aquela encruzilhada onde cada escolha importa mais do que parece.
O ministro finaliza com um tom quase professoral: "Democracia não é apenas votar a cada dois anos. É um exercício diário de tolerância, respeito às instituições e fé no sistema". Palavras que soam como um lembrete necessário em tempos de polarização extrema.
Resta saber se o país vai absorver a mensagem. Uma coisa é certa: Barroso não pretende baixar a guarda tão cedo.