
O clima nos bastidores entre os apoiadores do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, é de um otimismo cauteloso – para não dizer esperançoso. O motivo? O recente (e aparentemente frutífero) diálogo estabelecido com o senador Davi Alcolumbre, uma peça-chave no tabuleiro do Congresso Nacional.
Parece que as pontes estão sendo construídas, tijolo por tijolo. E o cimento dessa construção, claro, é a famosa PEC da Blindagem. Aquele projeto que, vamos combinar, mexe com os brios de muita gente em Brasília, prometendo criar um escudo processual para figuras de alto escalão.
Uma Aproximação que Faz Barulho
O que chama a atenção, na verdade, não é apenas o fato do diálogo existir. É a tonalidade positiva com que os aliados de Lewandowski descrevem esses primeiros contatos. Eles não estão apenas "conversando". Estão, nas entrelinhas, vislumbrando uma possibilidade real de costura política.
Alcolumbre, sabe-se, não é qualquer um. Tem trânsito, influência e aquele jeito característico de negociar que pode ser decisivo para destravar – ou emperrar – propostas controversas. A leitura que fazem no entorno do Ministério da Justiça é que o senador está, pelo menos por enquanto, disposto a encontrar um terreno comum.
Nada está ganho, é claro. Longe disso. A política é um jogo de xadrez onde o tabuleiro pode virar a qualquer momento. Mas a sensação inicial é que há uma abertura, uma fresta por onde a luz pode entrar.
Os Detalhes que Ninguém Conta
Por trás dos sorrisos e dos apertos de mão públicos, rola uma negociação minuciosa. Quais seriam os pontos de convergência? Quais os limites que cada lado não está disposto a cruzar? Essas são as perguntas de um milhão de dólares que circulam pelos corredores do poder.
- O timing é tudo: Há uma pressa silenciosa para avançar com a PEC, mas sem parecer apressado.
- As concessões: O que Alcolumbre espera em troca do seu apoio? Algo além do texto da proposta?
- O risco de desgaste: Ambos os lados sabem que se associar a uma medida assim pode ter um custo político considerável.
É uma dança delicada. Um passo em falso e o castelo de cartas pode desmoronar. Mas, pelo menos por hoje, a música ainda toca para a dupla.
E Agora, José?
O futuro dessa articulação é uma incógnita, como quase tudo na capital federal. No entanto, o simples fato de essa avaliação positiva estar vazando para a imprenia já é um sinal. Sinal de que há interesse em mostrar que as coisas estão andando, que há movimento.
Será que essa é a aliança que vai finalmente emplacar a polêmica blindagem? Bom, ainda é cedo para cantar vitória. Mas uma coisa é certa: o jogo começou, e as peças estão se movendo de um jeito que está deixando muita gente de olho. O próximo lance é esperar para ver.