Trump faz malabarismo com palavras sobre Powell: de 'deveria renunciar' a 'não o demitirei'
Trump muda de ideia sobre demissão de Powell

Numa reviravolta digna de roteiro de novela, Donald Trump decidiu dar uma de equilibrista verbal nesta sexta-feira. O ex-presidente, que há poucos dias sugeriu que Jerome Powell — o todo-poderoso chefe do Federal Reserve — "deveria se envergonhar e renunciar", agora faz mea-culpa sem fazer. Ou quase isso.

Eis o paradoxo: depois de criticar ferozmente as políticas monetárias de Powell (aquele sujeito que controla as torneiras do dinheiro nos EUA), Trump simplesmente descartou demiti-lo. "Não, não farei isso", declarou, como quem diz "briguei com meu irmão, mas ainda é meu irmão".

O pano de fundo dessa novela

Para entender essa gangorra de opiniões, vamos aos fatos:

  • Trump nomeou Powell para o Fed em 2018 — sim, o mesmo que agora critica
  • As taxas de juros subiram como foguete nos últimos anos (e o ex-presidente detesta isso)
  • Numa entrevista recente, Trump disparou: "Powell está fazendo política para ajudar os democratas"

Mas eis que, quando a poeira parecia assentar, o republicano muda o discurso. Seria estratégia eleitoral? Medo de mexer no vespeiro econômico? Ou simplesmente um daqueles dias em que acordou com o pé direito?

O que os especialistas dizem

Analistas políticos arrancam os cabelos tentando decifrar o método por trás da aparente loucura. Alguns pontos:

  1. Trump sabe que mexer no Fed agora seria como chutar um ninho de marimbondos
  2. O mercado financeiro já está sensível demais para mais turbulências
  3. Não convém criar crise institucional em ano eleitoral

"É puro cálculo político", diz um economista que prefere não se identificar. "Trump adora criar polêmica, mas não é burro — sabe até onde pode ir."

Enquanto isso, Powell — esse homem de aposentar-se ou não aposentar-se — segue impávido no comando do banco central americano. Parece ter desenvolvido couro de rinoceronte para lidar com as investidas do ex-chefe.