
O clima em Washington está mais pesado do que um temporal de verão no Centro-Oeste. E Donald Trump, como sempre, não veio com meias palavras. Em pleno impasse orçamentário que deixou o governo federal americano de pernas pro ar, o ex-presidente soltou o verbo e prometeu uma retaliação que deixou muitos de cabelo em pé.
Numa daquelas declarações que parecem saídas de um roteiro de filme político — mas que são bem reais, infelizmente — Trump afirmou que vai "cortar na carne" agências que ele chama de "democratas". A justificativa? Uma vingança pelo impasse que provocou a paralisação dos serviços federais.
O estopim da crise
Parece que foi ontem, mas já estamos nessa enrascada há dias. O governo Biden e o Congresso não chegaram a um acordo sobre o orçamento — aquela velha história de sempre, sabe como é política. Resultado: vários departamentos federais tiveram que fechar as portas, deixando milhares de funcionários sem saber quando vão receber o próximo salário.
E Trump, claro, não perdeu a chance de jogar gasolina na fogueira. Numa entrevista que mais parecia um comício, ele não só criticou a administração atual como prometeu tirar a barriga da miséria às custas de quem ele considera responsável pelo caos.
As agências na mira
O que me deixa pensativo é: que agências seriam essas, exatamente? Trump não deu nomes aos bois, mas pela retórica dele nos últimos anos, dá para ter uma ideia. Qualquer órgão que cheire a políticas progressistas ou proteção ambiental provavelmente está na lista negra.
É aquela velha máxima da política: quando não se consegue o que quer, corta-se o mal pela raiz. Só que neste caso, a raiz pode incluir serviços essenciais para milhões de americanos.
- Funcionários federais em suspense sobre seus empregos
- Serviços públicos essenciais paralisados
- Promessa de cortes seletivos como forma de punição política
- Cenário de instabilidade que lembra outros momentos tensos da política americana
Não é a primeira vez que vemos esse tipo de ameaça, mas a franqueza com que Trump fala sobre retaliação política é de assustar até os mais endurecidos observadores.
As consequências do impasse
Enquanto os políticos discutem em Washington, o cidadão comum é quem segura a ponta. Conheço gente que trabalha no serviço público federal — gente comum, com contas para pagar e família para sustentar — e que agora está num limbo danado.
E o pior: essa ameaça de cortes seletivos cria um precedente perigoso. Imagina se todo presidente que se eleger decidir cortar agências do partido adversário? Vira uma bagunça sem fim, uma gangorra política que só prejudica quem depende desses serviços.
O que me preocupa — e muito — é que essa polarização está ficando cada vez mais institucionalizada. Não bastassem as brigas no Congresso, agora ameaçam transformar a máquina pública em moeda de troca política.
Parece exagero? Talvez. Mas na política americana atual, nada mais parece impossível.
O que esperar do futuro
Bom, se tem uma coisa que aprendemos nos últimos anos é que com Trump, o inesperado vira rotina. Essas ameaças podem ser só bravata eleitoral, típica de campanha. Ou podem ser um prenúncio do que está por vir caso ele volte à Casa Branca.
Enquanto isso, o impasse continua, os serviços federais seguem paralisados e milhões de americanos torcem para que a situação se resolva antes que o estrago fique maior ainda.
Uma coisa é certa: a política americana nunca foi tão parecida com aquelas séries dramáticas da TV — só que, infelizmente, sem o final feliz garantido.