Trump aponta Vance como possível sucessor em 2028: o que isso significa para o GOP?
Trump aponta Vance como possível sucessor em 2028

Numa reviravolta que pegou até os mais antenados de surpresa, Donald Trump — aquele mesmo que não sai dos holofotes nem com um pé de cabra — resolveu dar uma de profeta político. Em conversas recentes, o ex-presidente americano apontou J.D. Vance, o senador por Ohio que já foi seu crítico ferrenho e hoje é quase um discípulo, como seu "provável sucessor" nas eleições de 2028.

Não foi um tweet bombástico (até porque ele está naquela rede rival agora), mas uma daquelas declarações entre dentes que vazam nos corredores de Washington. E olha, quando Trump fala, até os muros do Capitólio parecem prestar atenção.

De inimigo a herdeiro político: a metamorfose de Vance

Quem diria, hein? Em 2016, Vance era aquela voz anti-Trump que chamava o magnata de "culturalmente repugnante". Hoje? Virou praticamente o garoto-propaganda do trumpismo 2.0. A transformação foi tão radical que daria um ótimo roteiro de filme — tipo "O Lado Bom da Política", mas com menos Jennifer Lawrence e mais retórica inflamada.

O senador, autor do best-seller "Hillbilly Elegy", parece ter entendido o jogo: nos últimos anos, abraçou pautas trumpistas com um entusiasmo que até os aliados mais antigos estranham. Protecionismo econômico? Check. Retórica anti-establishment? Double check. Aquele jeitão de "America First" que cola tão bem no eleitorado trabalhador? Bingo.

O xadrez político do GOP

Aqui é onde a coisa fica interessante — ou preocupante, dependendo de que lado você está. Ao endossar Vance, Trump:

  • Manda um recado claro para os rivais internos (sim, Ron DeSantis, estamos olhando para você)
  • Prepara o terreno para manter influência mesmo se não concorrer em 2028
  • Testa se o eleitorado aceita essa nova geração de republicanos "trumpificados"

Não é como se o GOP fosse um mar de calmaria, né? Entre os velhos guardas do partido e a turma mais radical, essa jogada de Trump pode ser o equivalente a jogar gasolina numa fogueira que já não estava nada controlada.

E o eleitorado, compra essa ideia?

Ah, aí é que tá o pulo do gato! Vance tem lá seu charme — jovem (para padrões políticos), articulado, com aquela história de "self-made man" que encanta o americano médio. Mas será que o eleitor trumpista hardcore vai engolir um cara que já cuspiu no prato que agora lambe?

"É cedo demais para cantar vitória", diz um estrategista republicano que prefere não ter o nome mencionado (porque, bem, ninguém quer arrumar encrenca com o Trump). "Em política, quatro anos são uma eternidade. Lembra quando acreditávamos que o partido nunca mais se recuperaria após 2012? Pois é..."

Enquanto isso, os democratas devem estar esfregando as mãos. Um Vance candidato em 2028 significa continuidade do trumpismo — e isso pode ser tanto uma maldição quanto uma bênção para a oposição, dependendo de como o país estiver naquele momento.

Uma coisa é certa: o show vai continuar. E se tem alguém que sabe manter o público grudado na tela, esse alguém se chama Donald J. Trump.